sábado, 5 de julho de 2008

O país que perdeu em tudo

Pensei muito antes de publicar aqui este texto, primeiro por não ser de minha autoria, coisa que não me preocupa em particular, pois até já convidei pessoas para cá escreverem, embora nunca o tenham feito, mas e, sobretudo, por temer que a sua dimensão levasse as pessoas a saltarem ser ler. Depois de algumas conversas e confissões fiquei mais esperançado, pelo que aqui deixo esta verdadeira pérola...
Segunda-feira, 30 de Junho de 2008

Este Texto foi escrito num blogue no qual participo, http://thebraganzamothers.blogspot.com/ em 30 de Junho de 2008 e é, no meu entender, um dos melhores textos e uma das melhores análises à nossa sociedade que tenho lido nos últimos tempos...
Bem sei que as pessoas têm preguiça para ler... Mas este vale a pena... Depois digam-me alguma coisa... Podem ler aqui ou linkar para lá, mas é mais fácil ler aqui.
Um abraço
e se tiverem gostado, podem enviar e não deixarem em de ler os textos do Arrebenta... no blogue que referi.


(NOTA: ESTE TEXTO FOI-ME DITADO A MIM, LOLA CHUPA, PELO ARREBENTA, EXILADO EM CAPRI, ATRAVÉS DE UMA MESA DE PÉ-DE-GALO, IMITAÇÃO ESTILO "QUEEN ANNE")
Para eu vir aqui falar de Futebol, imaginem em que estado de degradação a Coisa já não está... Pois está, e ainda bem que a España ganhou hoje. Não tenho nada de Iberista, sou Europeu, Ocidental, adulto e Zulu, e, por isso mesmo estou felicíssimo com que o País-que-pensa-com-os-pés tenha apanhado um valente pontapé indirecto. O Futebol, coisa que execro, ao mesmo nível dos Gatos Fedorentos, dos carros de alta cilindrada -- e tenho vários que me levam onde eu quiser, é só pedir -- e das produções do Nicolau Breyner, por muito que se queira, ou não queira, é uma das manifestações da cultura popular contemporânea. Acontece que não vai lá com causas naturais nem milagres da fé: vai com trabalho, com uma envolvente que não seja permanentemente nociva e ácida, e não é fruto de um deserto, é o estructo de toda uma maré civilizacional. Não é às finais de Futebol que a España chega, não, a España chega às finais de Ténis, de Dança Artística e de imensas outras modalidades que agora me escapam, e só lá chegou porque levou um valentíssimo virote, desde que o Generalíssimo Franco bateu a bota, pensando que deixava o futuro nas mãos de mais um inapto Bourbon, e para azar dele, o Bourbon não era inapto, e até se chamava Juan Carlos.
No mesmo tempo de integração europeia, a España deu dos mais fantásticos saltos que qualquer novo membro poderia dar: fez o luto com a Direita Extrema, arrumou os crucifixos no seu sítio próprio, as paredes das Igrejas, disse aos Ministros Opus Dei de Franco que tinha cartilhas mais interessantes para se reger, autonomizou-se, tornou cada uma das suas Regiões orgulhosa consigo mesma; montou uma rede de Alta Velocidade, fez as Revoluções Sexuais, pôs no Governo mulheres com ar avançadíssimo e europeu, teve González, que, desculpem-ma lá, mas vai sair, adorava, como eu, bonsais, acatou Aznar, e pô-lo fora, através de um memorável movimento cívico, casou um Príncipe com uma dactilógrafa anoréctica, e aceitou tudo com um sorriso simples, bate-nos nos salários, nos preços, na Cultura, na Pintura (meu deus, o que España já deu à Pintura!...), na Música, na Literatura, no Turismo, em todos os indicadores de qualidade de vida.
O que aconteceu hoje foi a mais vigorosa lição de patriotismo com que poderíamos apanhar nos cornos: finalmente, disseram-nos, preto no branco, que tínhamos falhado em tudo, sobretudo na nossa (deles) última esperança, a Merda do Futebol. Adorei ver as expressões de desilusão pela rua, porque o macho lusitano, mais a sua legítima de bigode, tinham sido atingidos com uma patada subliminar no seu brio. Afinal não bastava deitar os búzios, comprar gel, pagar orgias a putas inglesas, para se esconder a impotência, manter o segredo, os oráculos dos "balneários", os "misteres", os milhões do branqueamento, a fuga ao fisco, os apitos de todas as cores, a arrogância de uma escumalha que não sabe alinhavar a ponta de um discurso, e que, saída da barraca, tem uma tripla acção nociva, e continuada, sobre a nossa sociedade cataléptica: 1) espalhar a ideia de que a barraca pode produzir ouro; 2) que todos nós -- e este "todos" é uma mera generalização literária -- estando, na barraca, muito quietinhos -- poderemos ter, um dia, por obra e graça, direito a uma meia qualquer meia horinha wahroliana de glória; 3) que a barraca tem, afinal, uma função histórica e social, algures entre os Planos da Zona Ribeirinha e os Planos de António Vieira, António Quadros e Fernando Pessoa para a génese do Quinto Império.
A grande mensagem do Futebol, em Portugal, foi que a persistência da Barraca poderia conduzir ao advento do Quinto Império, igual à Jerusalém Celeste, idêntica em comprimento, altura e largura.
Quando vejo passar os "Meninos de Ouro" penso sempre: será que estes meninos de ouro, nos intervalos do seu ócio de meio neurónio e do seu narcisismo, fortemente alimentado por uma sociedade potencialmente homossexual, que não percebe que está a efectuar cópulas mediadas, e mediáticas, com estereótipos de homens com que nunca assumiriam poder sentir desejo, e que leva "as gajas" atrás, para fingir que está tudo bem, será que estes meninos de ouro não poderiam ter feito um pequeno esforço para apagar a Barraca de onde (quase) todos vieram, e erradicar a Barraca do nosso imaginário e penitência históricos?...
Não podem.
Para isso era necessário que soubessem o que era uma Barraca, e isso vai muito além do que poderiam sonhar, e radicaria nos Estóicos, e nas turbulências por eles provocadas em todo o Pensamento Físico e Metafísico futuros. O Atomismo da Barraca. A Barraca é sair dela, como diria Álvaro de Campos, e passar direitinho para um buraco, entre a cona e a baliza, e um par de mamas, de alta cilindrada, cuspindo para o chão, e cuspindo para trás e para o lado, para cima de todos nós, que pagamos este folclore caríssimo, que mais não é do que uma metáfora do desastre presente.
Hoje, dei comigo a olhar para o Velhote, o Aragonês, e a sentir uma enorme simpatia por ele. Parecia, ao nível do pé, Lao-Tsé, e isso é complicado, sobretudo quando pomos a comparação naquela coisa dúbia, pegajosa e venal, que agora foi trabalhar para a Máfia Russa do Chelsea. Máfias, Russas, dinheiros sujos e alternidades, nisso, sim, somos exímios.
Gostei de ver o Rey, e sentir que era uma PRESENÇA, ao contrário do Aníbal, que sempre que aparece, imediatamente traz às memórias da mente e do coração um corropio de anedotas rascas, piores do que a qualidade dos tecidos que a Maria veste. Gostava de saber se Zapatero, ou Asznar, andaram na "Independente", e se se teriam mantido no posto, se tivesse havido um escândalo de diplomas, como houve por cá. O Duque de Féria foi à vida, com o escândalo da Casa Pia de lá, e era Grande de España. Baltazar Garzón foi a Santiago buscar, pelas orelhas, o criminoso Pinochet. A España abriu precedentes de condenação internacional, para criminosos sem fronteiras, e não os coloca na OCDE, ou lhes arranja exílios dourados onde calha.
Portugal é a sombra que se desenha no chão, sempre que a luz da Europa incide, em cheio, no perfil da centrífuga España.
Hoje, num extremo ao outro do quadrado cispirenaico, com todas as suas nacionalidades e tradições, sentiu-se um momento de unidade, e nós apanhámos com as sobras psicanalíticas em cima, e vamos ficar meses a fazer a (in)digestão.
Eu sei que isto já chegava para o texto de hoje, mas quero ainda partir um pouco mais: a China, parca de recursos, e carente de energia, lançou mão a tudo o que pode em Angola, e apoia descaradamente aquele cangalho insolente do Zimbabué, porque só tem a visibilidade que lhe dão. Os últimos a apertarem-lhe a mão foram os dois escroques que a nós, Europeus civilizados, apertam o pescoço: Sócrates e o "Cherne". Disseram-lhe que estava tudo bem, e ele podia continuar, e ele, preto, velho, badalhoco, racista, homófobo, assassino, misógino e todas as outras qualidades que um ser humano pode reunir, acreditou, e passou a sofrer da Síndroma de Saddam: "eles" nunca se atreverão a fazer-me mal... Engano. Aparentemente a Condolezza, outra das nódoas da nossa Contemporaneidade, já lhe tirou o tapete e revelou o verdadeiro jogo: as Potências preparam-se para redesenhar o Mapa-Cor-de-Rosa, de Angola à contra-costa: primeiro, um artolas cantador, que disse que Luanda era governada por criminosos -- espantosa novidade... -- e, agora, ao lado, temos o novo alvo, e só Mozambique está salvaguardada, porque os "Boers", cabelo cenoura e olho azul, foram para lá reconstruir a perdida África do Sul. A China é discreta, mas, ao atacar-se o Mugabe, o tiro é para atingir Pequim, como se no Mundo não houvesse outras prioridades ao nível do Zimbábue.
Infelizmente, neste "Príncipe" alargado, o Príncipe da Baixaria, a lei continua a ser a do toma-lá-dá-cá: levais a Coreia do Norte, que não vale um caracol, e deixou de ser O MAL (!), em troca, nós avançamos pelos recursos africanos. Olha, querida, por que não fazes antes um ensaio geral de indignação na Birmânia, em Darfur nos desgraçados todos de cujas terras já nem me lembro, mas não têm recursos debaixo dos pés?... Esse é o próximo filme, no dia em que, psicanaliticamente, apanhámos um valente pontapé nos colhões. É certo que ficámos sem nada... perdão, errei, ainda temos Fátima, a Mariza, e 93,7% de sucesso nas Provas de Aferição de Matemática, e podemos dedicar-nos a fugir da bomba sem pagar, ao "carjacking" e a inaugurar os fogos-postos nas florestas, que a época oficial abre amanhã. Civilização, suponho eu.



Cinco vezes ao telemóvel dá direito a ficar sem carta




A notícia que hoje nos chega no DN é espantosa… Num país em que todos os dias nos dizem que é preciso trabalhar e produzir mais vêm dizer-nos que quem for apanhado ao telefone cinco vezes ou fizer não sei quantas asneiras, fica sem carta durante os dois anos em que tem de esperar para fazer novo exame. Confesso que penso tratar-se da maior imbecilidade e prepotência que ouvi desde que me lembro de lhes começar a prestar atenção, porquê? Porque é um convite à desobediência civil, porque todas as pessoas que conheço falam ao telemóvel enquanto conduzem e não há problema nenhum, cada um tem que saber por si o que pode ou não fazer, conduzir é isso mesmo, que se lixem os idiotas da Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados? (aliás que nunca percebi para que servem), a PRP (esta não serve mesmo para nada), Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, etc, etc. O que acontecerá é que as vítimas dessa aberração terão que desobedecer à proibição, pois milhares de pessoas não conseguem viver sem conduzir, ir trabalhar, levar os filhos à escola, ir às compras, etc; assim, não vale a pena estar a arranjar problemas às pessoas apenas por arranjar…
Se falassem de pessoas que têm acidentes graves consecutivamente, que andam em contra-mão, com condução perigosa e historiais desses tudo bem há, de facto, pessoas que deviam não só ter a carta suspensa como, inclusive, serem privados dela, a esses não há nada a fazer, agora aos outros… Tenham juízo…

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Antigamente...???


Petição do silêncio





A Petição das Crianças está bloqueada em Belém: Para o "Aníbal", sempre que se fala em criança ele pensa em Mocidade Portuguesa...


"Faz hoje 2 meses que A Petição em Prol das Crianças Vítimas de Crimes Sexuais foi entregue no Palácio de Belém, sem que o Exmo. Presidente da República Portuguesa Aníbal Cavaco Silva tenha comunicado seja o que for, nem sequer a recepção da Petição, nem que a mesma iria ser objecto de análise, nada, rigorosamente nada. Também o pedido de audiência, remetido em Janeiro, continua sem resposta quase 7 meses depois.É assim que o Presidente escuta os cidadãos? É assim que o Presidente se mostra receptível às acções dos cidadãos? É assim que o Presidente demonstra o seu interesse nas questões relacionadas com as crianças, particularmente as que são vítimas de abuso sexual?Aníbal Cavaco Silva, preso numa agenda política, demonstra ser mais um presidente "para Inglês ver". Shame on you Mr. President, Shame on you."

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O NOVO MUSEU OU A GALERIA DE HORRORES...


Reconhecimento pelo “saber, esforço e sofrimento”
Educação inaugura galeria para lembrar os seus quase 100 ministros


Foi em 1870 que foi criado o Ministério dos Negócios da Instrução Pública. Em 138 anos de história, quase uma centena de ministros (93 até agora) foram titulares da pasta da Educação. Os retratos de todos estão desde hoje expostos no átrio do Ministério da Educação (ME), na 5 de Outubro, em Lisboa, numa espécie de reconhecimento aos que com “saber, esforço e sofrimento ajudam a construir o futuro deste país”, justificou a actual ministra, Maria de Lurdes Rodrigues.


A última aquisição...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Tretas




Parece-me evidente que as empresas cujos dividendos revertam a favor do Estado deveriam entregar-lhe a totalidade dos referidos dividendos, obviamente, a menos que estes fossem devidamente justificados como necessários à sustentabilidade ou viabilidade dos mesmos. Isto é, compreendo que parte dos lucros da CGD ou outras empresas tenham que ser reinvestidos, até porque, a não ser assim, são devorados pelo poço sem fundo do Estado. Contudo, antes de mais ou cada vez mais, o que se deveria fazer era uma verdadeira auditoria aos cargos e mordomias que existem nessas empresas, uma limpeza aos chulos que por lá pululam e às despesas com carros, motoristas, jantaradas e coisas que tais. Com esta limpeza garanto-vos que o sempre inidentificável Estado veria aumentado em muitos milhões de euros mensais as suas receitas. O problema é que ninguém com poder quer fazer isso e por dois motivos: o primeiro é que o lobby dos tachos é tão forte, que quem o tentasse fazer ficaria logo sem o dito poder e, segundo, é que, bem vistas as coisas, eles a família e os amigalhaços acabam, também, por ir também comer à gamela. Estes são os verdadeiros problemas e os grandes dividendos das empresas do Estado que dão para tudo...
Isto é que o amigo Louça devia estudar e denunciar, em vez de andar a perder tempo com as pastas dos dentes...

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Cretinos mandam tribunal fechar Blogue e acham que assim resolvem o problema…


Custa-me bastante a entender a cretinice que é necessária para interpor uma providência cautelar com vista a encerrar um blogue que diz algo que não se quer ouvir, desde logo por considerar que as pessoas devem ser livres de expressar a sua opinião e as outras de as julgar. Isto funciona, em parte, como a lógica do mercado: as afirmações e opiniões colocadas num blogue têm credibilidade e sustentabilidade e as pessoas gostam e voltam lá, por muito que custe a quem é visado ou, pelo contrário, não têm nenhuma dessas qualidades e o blogue extingue-se naturalmente…
Infelizmente, em Portugal continua a vigorar a censura cinzenta imposta pelos mais cinzentos dos nossos concidadãos, os políticos, e, quanto mais baixa é a sua inteligência e a sua segurança, menor é a capacidade de compreender que os tempos mudaram e que eles já não mandam nos jornais lá da santa terrinha como faziam antigamente. Fecham o povoaonline e imediatamente surge o povoaoffline, se o voltarem a fechar surgirá o povoaredline, povoasuperline ou outro qualquer…
Sai-lhe o tiro pela culatra… Convido, pois, os meus ilustres amigos e visitantes a irem saudar o novo blogue http://povoaoffline.blogspot.com/ e a deixarem lá os vossos comentários… Talvez assim os Alberto Joões deste país comecem a entender que os tempos mudaram… É preciso que lhes penteemos a cabeça…
Suspenso por ordem judicial
30.06.2008, Ana Cristina Pereira
Tribunal dá razão a autarcas da Póvoa de Varzim em processo por difamação contra desconhecidos que os acusavam de corrupção
Ordem das Varas Cíveis de Lisboa emitida a 13 de Maio
http://jornal.publico.clix.pt/ edição impressa p.12


Blogues: Autarca da Póvoa de Varzim admite pedir fecho de blogue que substitui outro encerrado pelo tribunal
30 de Junho de 2008, 10:56
http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/300d8c73b24746a3e5a777.html

domingo, 29 de junho de 2008