sábado, 30 de agosto de 2008

O busílis…



Ainda não consegui perceber se a acusação feita no dia 30 de Agosto por Manuel Monteiro, que acusou o Sindicato Têxtil do Minho de"exigir aos trabalhadores de empresas ameaçadas de falência o pagamento de 18 meses de quotas e dez por cento das indemnizações em troca de apoio," teve resposta…
Como a CGTP em geral e o Mário Nogueira em particular já me fintaram o ano passado... repito a questão e o problema... será que vão exigir também percentagens dos ordenados aos professores desempregados?
Fica a pergunta e o aviso...



Confesso que estou um pouco baralhado… Sai uma notícia, da boca de uma das últimas pessoas em quem acredito seja sobre o que for, e não vejo reacções de quem de direito… No meu entender, seja claríssimo que essa reacção já vem tarde. É inadmissível que uma estrutura como a CGTP não responda de imediato a uma acusação deste tipo (entenda-se aqui o duplo sentido semântico de tipo: gajo e género). Será que é verdade? Se for, então, a CGTP terá que ser extinta após processo sumário; se não for, então o manelito (ou o zero à direita da vírgula, mas sem mais nada a antecedê-lo, isto é, 0, 0 = 0) já deveria ter sido contraposto de forma veemente e terá que ser levado a tribunal por uma série de crimes… Porquê que, (ainda?) não houve resposta, para mim é um mistério, mas… faz-me lembrar aquela ideia peregrina do sindicato que queria cobrar cotas aos não sindicalizados e aí hesito… Será que o homem é completamente louco ou há um fundo de verdade nisto? Paga-se a um Procurador-geral da República, a um Provedor de Justiça, a uma série de pessoas até, em última análise, chegar ao presidente Aníbal, que jurou cumprir e fazer cumprir a Constituição da República, e ninguém diz nada? Espero para ver… Mas ficarei atento, esta é daquelas que não se podem esquecer…

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Sejamos claros...


Não conheço a pessoa que foi escolhida para o recém criado cargo de Secretário Geral de Segurança Interna, pelo que não me pronuncio sobre ele, porém, basta-me saber que tem de ser um homem de confiança do primeiro-ministro José para logo me desagradar... Este é um ónus que ele ou quem venha a ocupar o cargo, enquanto ele existir, terá sempre que pagar... Tem culpa nisso? Com certeza, não era obrigado a aceitar e custa-me a compreender que um juiz aceite esta promíscua mistura de poderes...


Repito, pois: Em minha opinião, nunca em Portugal se viveu tão longe da decência civil como hoje. Não, não estou a esquecer o Estado Novo e os restantes (e muitos) momentos despóticos da nossa história, porém, mesmo ‘nas noites mais escuras’ sabia-se com o que se contava, pelo que havia o assumir do carácter ditatorial. Hoje as coisas estão diferentes… aparentemente vivemos em democracia mas, na prática, não estamos numa ditadura cada vez mais feroz e arrogante e ainda mais; começo a questionar-me muito seriamente se vivemos num estado de direito… Nunca se mentiu tanto, nunca a nossa inteligência foi tão desprezada e humilhada...Expliquemo-nos. Toda a base de um estado de direito tem de assentar em determinados pressupostos essenciais de que passo a enumerar alguns: a divisão clara dos poderes, Legislativo, Executivo e Judicial… Só o respeito por este princípio garante um estado de direito democrático. Ora, o que temos assistido é, tão só, ao mais puro claro e simples modus operandi de Salazar, na Assembleia da República funciona uma nova União Nacional que apenas lá está para ser servida de prebendas, mordomias e dizer ámen ao que o líder quer. Neste ponto, a única diferença com Salazar são as meias solas nas botas, a vida comedida, recatada e reservada e as explicações mentirosas que o tirano de Santa Comba não dava… De resto o método é o mesmo, governa-se por decreto, manda-se depois aprovar na assembleia e está feita a legalidade… Simples como contar uma peta a uma criança, sendo que, infelizmente, essa criança é o povo português, politicamente analfabeto e desinteressado, o que é cada vez mais preocupante pois mesmo nas pessoas academicamente mais certificadas esse analfabetismo e desinteresse é generalizado. Solução: 1ª tornar secreto o voto na assembleia, assim os deputados poderiam votar de acordo com o que pensam e não com o único objectivo que agora têm que é não perder o tacho. Ver-se-ia muitas propostas do grande líder serem liminarmente chumbadas e muitas outras, não oriundas de tão dotadas meninges serem aprovadas por clara maioria. Isto seria lapidar e extremamente fácil de por em prática e a democracia só sairia a ganhar… 2ª criar uma outra câmara parlamentar, funcionando em articulação com a primeira, em que se votaria igualmente por voto secreto, composta por cidadãos sorteados entre a população… o bom senso faz muita falta e falta cada vez mais nessas máquinas trituradoras dele que são os partidos.A observância claríssima da Constituição, sendo que se tal não fosse possível, como parece não ser neste momento, devia ser reformulada ou suspensa. Nada conspurca mais um Estado de direito do que a existência de um normativo legal que existe para não se cumprir mas, apenas, para inglês ver… Aqui um tribunal constitucional, isento e absolutamente extra partidário, ficaria com o poder hoje conferido à figura do Presidente da República que, pelo que temos visto, umas vezes mais outras menos, nunca o soube usar. Restar-lhe-ia, nesse capítulo, a possibilidade de solicitar pareceres ou enviar-lhes diplomas se lhe parecesse ver necessidade.A absoluta, transparente e auto regulada independência completa do exercício da Justiça, exactamente o contrário do que foi recentemente promulgado na nova Lei da Segurança Interna; se na altura já estivesse em vigor o que teria sido do caso Pedroso e Cia se, mesmo sem ela estar em vigor vimos as mais altas figuras públicas a interferirem no processo judicial… e ocuparem hoje, impunemente, altos cargos políticos. Reclama agora do Estado a ilegitimidade da sua prisão? Mas as provas dessa intromissão na justiça continuam acessíveis a todos… Hoje, o assunto não passaria no crivo do censor político e nunca sequer tinha havido qualquer caso… Isto é justiça, é democracia, é igualdade entre os cidadãos, é estado de direito? Obviamente que não é, isso sim, a sua negação clara, que os portugueses aceitam por, na sua grande maioria, nada entenderem disto; noutra restante fatia, se estarem absolutamente marimbando nem sequer tendo conhecimento do facto, o que vai dar ao mesmo e, finalmente, sobram mais dois grupos, o dos políticos, que rejubilam porque agora se sentem muito mais seguros e a dos escritores de blogues, que escrevem para as nuvens e a quem ninguém liga porque são uma seca, escrevem muito pelo que a sua leitura seria penosa, árdua, revoltante e inquietante, pelo que é preferível ler as gordas sobre o Ronaldo, a novela ou outra futilidade qualquer, aliás tudo é preferível a ter que pensar… É com muita mágoa e muito escárnio que termino com um viva Portugal…
post scriptum: afinal não sou só eu a afirmar que isto é do tempo da outra senhora...


O outro ficou descartável, logo...

Concurso Imobiliário Internacional




Grande Mega Super Concurso Imobiliário Internacional…

Apesar de, como o costume, já estar decidido quem vai ganhar e o quê; declara-se aberto pelo Estado português o concurso público para a construção de 120 estabelecimentos prisionais no território… A construção terá que se iniciar já e ser feita de forma faseada, de forma a poder começar a arrumar já os clientes…


Como não há dinheiro para guardas, os presos mais velhos ficarão encarregues de guardar e ensinar os mais novos. A alimentação será produzida pelos reclusos, provavelmente em regime misto de auto produção, recolecção e canibalismo…

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Futebol, ópio do povo...




Penso que se Marx tivesse conhecido o fenómeno, teria escrito que o futebol é que era o ópio do povo… Ou começou a ser nas últimas décadas, em Portugal, como quase tudo o que é negativo, o aspecto é ainda mais triste e confrangedor… Para mim, junto com as telenovelas, que ainda conseguem ser piores, são o mais paradigmático exemplo de alienação humana… Vai começar o rame-rame de sempre…

Arte Contemporânea ou blasfémia?

Contemporary Art or blasphemy?


Arte Contemporânea ou blasfémia? Uma escultura de madeira com um sapo verde crucificado exposto no Museion, Museu de Arte Contemporânea em Bolzano, norte de Itália, (da autoria de Martin Kippenberger) provocou a ira do Papa Bento XVI. Em solidariedade com o presidente do Governo regional, Franz Pahl , que no início do Verão entrou em greve de fome para que removessem a peça de arte contemporânea da exposição, o Papa considerou, em carta enviada ao museu, que a obra era uma blasfémia: “É ofensiva para os cristãos que vêem na cruz o símbolo da salvação”. A direcção do museu do reúne-se hoje para decidir se retira ou não o sapo da exposição. Fotografia: Cortesia Museion/Reuters.
Eu, apenas por provocar a ira ao pastor alemão Bento XVI, achei engraçado e não considero nada ofensivo para ninguém... Chamar-lhe -ia o cocas cruxificado... Não associaria a mais nada. Não há dúvida de que tudo depende da forma como se olha para as coisas... Julguem por vós e lembrem-se do que pensaram sobre as caricaturas de Maomé. Ah! E ainda falta a opinião do Berlusconi...
Ver video aqui...
English version:
I only because that provoke the anger of the German shepherd Benedict XVI, I found funny and not feel anything offensive to anyone ... Call him to the Kermit the frog in the cross ... Do not associate with anything else. There is no doubt that everything depends on how you look at things ... Look for yourself and remember from what they thought about the cartoons of Mohammed. Ah! And it remains expect the view of Berlusconi ...
Some links in English:

Têm estado de férias?




Pois é sr. General, vivemos no melhor e mais ridículo dos mundos possíveis… a criminalidade até aumentou pouco, apenas 10 % em relação ao período homólogo de 2007, que foi o melhor dos seis últimos anos, portanto é coisa pouca, sem a necessidade de grande preocupação… Contudo, o mesmo sr. General propõe uma alteração de estratégia no seu combate, mas porquê se afirma nem estar mau de todo? Não percebo, deve ser por não ser General ou lacaio de ninguém… Este Sr. Importante defende a alteração; o presidente Aníbal, aferrolhado nos seus bunkers, terrestres e até aéreos, também; o Sr. mais importante que o sr. General, aquele que fala com um sotaque esquisito, vai emitir hoje um solfejo sobre o mesmo assunto e também parece preocupado… Enfim, parece que todos estão, afinal, a desvalorizar por um lado e a dizer que são urgentes novas medidas por outro… ou seja, todos mentem.
Todos não… Apenas não tem mentido, mas estritamente sobre o assunto, o governo e não mente porque não fala… desapareceu, arranjaram lacaios que se prestam a isso para falar por eles e salvaguardá-los… É triste e cobarde da parte do governo, sobretudo porque é constituído por faladores compulsivos a quem a mentira não é novidade e, como em muitas outras coisas, o que custa é a primeira, não é? Daí que não havia necessidade. É triste e desonroso para a instituição militar ver generais a servirem de lacaios e a fazer o papel de porteiras, que é dar recados porque os senhores não podem receber porque não estão para isso…
Nós, é com isto que vivemos, sempre à espera que, contrariamente ao presidente Aníbal, o céu nos caia em cima da cabeça…
post scriptum: uma vez mais me parece que a montanha, a espera e os tabus voltaram a parir um rato...

Jorge Palma - À Espera do fim



Nada tenho a ver com os erros ortográficos... Penso que é do álbum 'Só'....

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Há pílulas para o juízo?




Pois é dr. tem toda a razão, desde que consiga legislar isso e torná-lo compatível com as outras profissões… No meu caso, professor, também creio que deveria poder recusar alunos que: não acreditam no que eu digo, estão-se nas tintas para o que eu digo, apenas fazem o que querem ou o contrário do que eu lhes digo, só por ser o contrário, não se lavam, deitam perdigotos, são agressivos, etc, etc, etc… Tem toda a razão dr., agora resolva o problema ao outro dr. que é o legislador que tem que fazer leis que sejam para todos, já para não falar do resto da população que não é doutora como o dr… Já agora? Há pílulas para o juízo????

Dr. passe-me os atestados que quiser, mas que não seja o de burrice...


Verdade ou consequência...




Perdoem-me a ignorância ou a minha incapacidade de compreender… Mas afinal não foi prometido serem todas a ter internet e, ainda por cima, em formatos xpto? Leiam… “instalação de Internet em todas as salas de aulas [e] além disso, irá ser aumentada a velocidade da banda larga nas escolas para um mínimo de 48 megabites por segundo.” Mais a videovigilância e o cartão electrónico… e nem sei quantos milhões mais?

Ele já está safo... só faltam os outros...


Não, não é nenhum dos seus guarda costas nem dos vigilantes aéreos, é mesmo o presidente Aníbal a passear descontraído na praia com a sua Maria. Por isso é que ele falou de ondas, mas como podem ver, com ele, não há perigo; mas foi muito simpático em avisar-nos para ter cuidado. Não há como um pelotão de polícias para se passear nas praias de Portugal. Ah! E não andar de comboio, ir a bancos, correios ou bombas de gasolina... Claro, muito menos trabalhar lá...

A modista a nu…





Infelizmente, por falta de tempo, tive que esperar para cumprir algo que estava decidido: responder ao comentário/opinião da modista a propósito dos vinte anos que decorreram desde o incêndio do Chiado. Creio que ouvi em directo, não sei, vejo pouca televisão e ligo-lhe muito pouco, mas estava numa mesa familiar e, portanto, essa tia também lá estava e ouvi. Ouvi, registei e pensei logo na resposta. Ninguém, à minha volta ligou, nada disse, embuchei e fiquei à espera de tempo… Tive a grata felicidade, muito pouco depois, de ler logo num blogue de eleição um comentário, muito bem escrito e contundente, que subscrevi com toda a veemência que consegui. Porém, tinha que ser eu próprio a escrever sobre isso, apesar de nada ter a apontar e se calhar nem chegar aos calcanhares do que já foi escrito sobre o assunto.
Bom, directo ao tema em questão… Diz a pobre de espírito que a presença de mendigos à sua porta a incomodam e afugentam a sua clientela, bem como a das outras marcas, as de elevado prestígio. O meu pensamento estremeceu… quem é que está a mais e aonde? A modista, que enriqueceu e que, à custa de muita cretinice, julga que é divina e pensa que o que se põe por fora altera o que está dentro, isto é, os trapos, vestimentas e essas coisas que as modistas fazem, ou os desgraçados que vão à procura, sobretudo, dos estrangeiros já que os seus compatriotas que, apenas por mero acaso da fortuna lá não estão também, é fácil ver o que pensam… não é?
O que propõe a modista? Criar uma alternativa para os pobretanas vulgares serem obrigados a afastar-se da sua porta, pois parecem mal e não compram nada? Varrer com canhões de água da polícia, os portugueses e outros que para ali estão a mendigar, tentando sobreviver, e que, por acaso e azar deles, lhe estragam o negócio, que desinfestem matinalmente as ruas e passeios com DDT e os perfumem, de seguida, com fragrâncias reconhecidas internacionalmente e permitidas pela ASAE, não vá a pituitária da modista ficar ferida à chegada à loja e mais… as calçadas… mal feitas, descuidadas, poderão ferir a delicada pele de algum dos seus saltos de alfinete; porquê que não arranjam um lugar em condições para os pobres, bem longe de nós, modistas ricas, e dos turistas, onde eles possam pedir à vontade, fazer chichi, cheirar mal e dar o aspecto do verdadeiro Portugal, que definha, fede, apodrece e gosta de esmolar nas zonas chiques, bem debaixo de tais modistas, que, por baixo das roupas e dentro das cabeças, apresentam e demonstram um estado ainda mais lastimoso e fedorento se visto a nu?
Que as costureiras e modistas ricas se unam, comprem o Chiado e arredores, deve estar à venda, cobrem entrada e garantam o direito de admissão… tornem Portugal num país mais democrático, onde todos possam viver, uns nuns sítios outros noutro, claro, mas não é isso a democracia do dedal, alfinete e das madamas?

Jorge Palma - Bairro do Amor

Querido Diário IV

Querido diário, hoje, até esta hora, nem foi um dia mau… apesar dos assaltos ocorridos hoje no país: um à estação dos CTT de Monte Belo, em Setúbal; aos postos de abastecimento da BP na via rápida da Costa de Caparica (IC21) e da Galp no Fogueteiro, concelho do Seixal e às dependências bancárias do Millennium BCP da Tapada das Mercês e do Santander Totta de São João das Lampas, ambas no concelho de Sintra, e do Banif na alta de Lisboa, não mataram nem feriram gravemente ninguém. Ainda não ouvi o discurso do senhor importante, porém outro, também importante, mas não tanto, veio dizer que se tem é mediatizado muito o assunto, pelo que até pode ser prejudicial para o país… Por isso, nem a ti hoje confesso que acho que a criminalidade violenta está a aumentar em Portugal na medida da dureza da vida, ou seja, muito…
Depois, já tinha avisado sobre estes tipos que sigo ab initio... é só cheirarem os primeiros posts... resolve-se a tiro à vista... são piores que os outros, deviam fazer uma cura com o João Jardim, com o Berluscomi e companhia...

Jorge Palma - Ai, Portugal... -Metro Cais do Sodre'

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Viva Portugal...

Em minha opinião, nunca em Portugal se viveu tão longe da decência civil como hoje. Não, não estou a esquecer o Estado Novo e os restantes (e muitos) momentos despóticos da nossa história, porém, mesmo ‘nas noites mais escuras’ sabia-se com o que se contava, pelo que havia o assumir do carácter ditatorial. Hoje as coisas estão diferentes… aparentemente vivemos em democracia mas, na prática, não estamos numa ditadura cada vez mais feroz e arrogante e ainda mais; começo a questionar-me muito seriamente se vivemos num estado de direito… Nunca se mentiu tanto, nunca a nossa inteligência foi tão desprezada e humilhada...
Expliquemo-nos. Toda a base de um estado de direito tem de assentar em determinados pressupostos essenciais de que passo a enumerar alguns: a divisão clara dos poderes, Legislativo, Executivo e Judicial… Só o respeito por este princípio garante um estado de direito democrático. Ora, o que temos assistido é, tão só, ao mais puro claro e simples modus operandi de Salazar, na Assembleia da República funciona uma nova União Nacional que apenas lá está para ser servida de prebendas, mordomias e dizer ámen ao que o líder quer. Neste ponto, a única diferença com Salazar são as meias solas nas botas, a vida comedida, recatada e reservada e as explicações mentirosas que o tirano de Santa Comba não dava… De resto o método é o mesmo, governa-se por decreto, manda-se depois aprovar na assembleia e está feita a legalidade… Simples como contar uma peta a uma criança, sendo que, infelizmente, essa criança é o povo português, politicamente analfabeto e desinteressado, o que é cada vez mais preocupante pois mesmo nas pessoas academicamente mais certificadas esse analfabetismo e desinteresse é generalizado. Solução: 1ª tornar secreto o voto na assembleia, assim os deputados poderiam votar de acordo com o que pensam e não com o único objectivo que agora têm que é não perder o tacho. Ver-se-ia muitas propostas do grande líder serem liminarmente chumbadas e muitas outras, não oriundas de tão dotadas meninges serem aprovadas por clara maioria. Isto seria lapidar e extremamente fácil de por em prática e a democracia só sairia a ganhar… 2ª criar uma outra câmara parlamentar, funcionando em articulação com a primeira, em que se votaria igualmente por voto secreto, composta por cidadãos sorteados entre a população… o bom senso faz muita falta e falta cada vez mais nessas máquinas trituradoras dele que são os partidos.
A observância claríssima da Constituição, sendo que se tal não fosse possível, como parece não ser neste momento, devia ser reformulada ou suspensa. Nada conspurca mais um Estado de direito do que a existência de um normativo legal que existe para não se cumprir mas, apenas, para inglês ver… Aqui um tribunal constitucional, isento e absolutamente extra partidário, ficaria com o poder hoje conferido à figura do Presidente da República que, pelo que temos visto, umas vezes mais outras menos, nunca o soube usar. Restar-lhe-ia, nesse capítulo, a possibilidade de solicitar pareceres ou enviar-lhes diplomas se lhe parecesse ver necessidade.
A absoluta, transparente e auto regulada independência completa do exercício da Justiça, exactamente o contrário do que foi recentemente promulgado na nova Lei da Segurança Interna; se na altura já estivesse em vigor o que teria sido do caso Pedroso e Cia se, mesmo sem ela estar em vigor vimos as mais altas figuras públicas a interferirem no processo judicial… e ocuparem hoje, impunemente, altos cargos políticos. Reclama agora do Estado a ilegitimidade da sua prisão? Mas as provas dessa intromissão na justiça continuam acessíveis a todos… Hoje, o assunto não passaria no crivo do censor político e nunca sequer tinha havido qualquer caso… Isto é justiça, é democracia, é igualdade entre os cidadãos, é estado de direito? Obviamente que não é, isso sim, a sua negação clara, que os portugueses aceitam por, na sua grande maioria, nada entenderem disto; noutra restante fatia, se estarem absolutamente marimbando nem sequer tendo conhecimento do facto, o que vai dar ao mesmo e, finalmente, sobram mais dois grupos, o dos políticos, que rejubilam porque agora se sentem muito mais seguros e a dos escritores de blogues, que escrevem para as nuvens e a quem ninguém liga porque são uma seca, escrevem muito pelo que a sua leitura seria penosa, árdua, revoltante e inquietante, pelo que é preferível ler as gordas sobre o Ronaldo, a novela ou outra futilidade qualquer, aliás tudo é preferível a ter que pensar… É com muita mágoa e muito escárnio que termino com um viva Portugal…
post scriptum: afinal não sou só eu a afirmar que isto é do tempo da outra senhora...

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Algo está errado



Num período em que a criminalidade em geral e a violenta em particular aumentam, efectuar cortes no Ministério da Administração Interna que reduzirão o seu orçamento, em menos 17 por cento no investimento e um corte de oito por cento nas despesas de funcionamento, parece-me não só totalmente descabido como irresponsável e imoral. ( E pelos vistos não é só a mim...)Desde logo porque está patente que os meios existentes não têm chegado e que a grave crise que o país atravessa e que só os governantes não vêm, forçosamente, fará essa criminalidade aumentar. Depois, é passada uma mensagem que desmoraliza os cidadãos e as forças policiais, levando a crer que haverá, mesmo, um maior facilitismo nesse combate que parece estar a ser perdido. Ou seja, resumindo, quer-me parecer que se irá assistir ao contrário do que deveria ser feito, que seria encetar um combate sério a essa ameaça real.
Porém, posso estar enganado e aquilo que não chegava passar a chegar, talvez os nossos estimados governantes estejam a pensar prescindir das suas seguranças privadas, dos seus carros e outras coisas do género. Hoje, por exemplo, mais um indivíduo foi atingido na cabeça por ter tentado resistir a um assalto à mão armada, foi em Boliqueime, quer-me é parecer que deveria ter sido outro o alvo, e esse sim lá nascido e com sérias responsabilidades no estado de coisas a que o país chegou…