sábado, 7 de fevereiro de 2009

O Pinóquio explica...

É normal que não se percebam as razões, mas tal só acontece porque se está a colocar a questão de forma errada, este cavalheiro devia ter perguntado pelos motivos que estiveram por trás de todo este caso e estes são claros e evidentes: dinheiro bem espalhado, ao que parece às pessoas certas. Já o tinha referido e volto a repetir, a questão não é só saber se tudo foi feito dentro da legalidade, mas sim o que foi feito para essa legalidade ser conseguida, pois se alguém despacha pareceres após ter umas luvas novas, de facto, a coisa fica legal, obviamente, dentro da sua ilegalidade inicial.
Poder-se-ia perguntar: mas então o que fazer? A solução é simples, agarrar no Pinóquio, verificar as suas contas e os seus bens e fazê-lo explicar umas e outros. A seguir ao Pinóquio ia-se ao Gepeto e depois ao irmão dele, o tio do Pinóquio, a sua mamã, nos filhos do tio e por aí fora… Como vêm é fácil, só não se faz porque eles não querem e eles têm o poder ao seu serviço…

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

NÃO ENTENDE NADA...


* que a Justiça é fundamental
* que a transparência no exercício dos cargos públicos é imprescindível
* que o ensino público é fundamental
* que é pago pelos portugueses para exercer o seu cargo com competência
* que o povo português não tem culpa de ter os governantes que tem
* que a saúde pública é um direito
* que nada é como ele vê
* que não se devem fazer bandeiras em crochet
* que o seu silêncio é de ouro
* que sempre que abre a boca envergonha metade dos portugueses
* que Os Lusíadas têm dez cantos
Resumindo: o presidente Aníbal António não entende, nunca entendeu e nunca há-de entender nada.

Toca a Abrir a Perninha...

"Tudo o que propusemos ao Governo no acordo de Junho ficou hoje acordado e regulamentado".

Mais uma vez, o governo volta a mostrar que só conhece a lei da força... Seja quem for, tenha as razões que tiver, nada valem... Contudo, se tiverem camiões capazes de bloquear estradas, logo os nossos valentes e poderosos governantes se acobardam e abrem a perninha... Rico país, rico governo...

Quem se mete com o PS...


Pasmem, estúpidos continentais...



Para aqueles que, como eu, têm andado a dormir vejam aqui as diferenças entre ser professor, no continente e nas ilhas... Vejam, ainda, aqui, a diferença de tratamento relativamente ao tempo congelado...
A minha pergunta é só esta: afinal em que merda de país é que vivemos?

'ALL DRABICE'

As trapalhadas que este tipo nos arranja só são comparáveis com a vergonha que nos faz passar… Por onde quer que ande deixa suspeitas Se os ingleses tivessem juízo deixavam, também, de acreditar nas habilitações académicas dos portugueses… É que isto é tudo ‘All drabice.’

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O PIOR ENSINA-NOS...

Teixeira dos Santos defende que Estado “não gastou dinheiro dos contribuintes” no BPN e no BPP.
Estamos confrontados hoje com uma novidade, “o Estado não gastou nem envolveu dinheiro dos contribuintes. “ Teixeira dos Santos dixit. Como o mais comezinho dos portugueses fico muito aliviado em saber que deve ser o dinheiro desse senhor, mais o dos offshores do seu chefe que estão na crista da onda, quanto lá têm enterrado? Gostei também das contas, dividir a dívida pelo universo dos portugueses é um belíssimo expediente, dá números lindos. Acontece que eu, e a maior parte dos portugueses não temos (ou tínhamos) dinheiro no BPN. Fale claro, diga-nos que interesses serve. Diga-nos, enquanto é tempo, quais os interesses que defende, desembucha… O dinheiro que lá puseste é teu? Onde tens o teu dinheiro? E isso é legal?
Adeus Ambrósio… Tu és só o pior...

Se quiserem ouvir é só clicar aqui.

PALAVRAS PARA QUÊ?




Devia era mudar-se o nome para Largo dos Ratos, era mais fiável...

Uma Imagem Vale Mil Palavras

Cartoon Sócrates...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Precisamos é de polícias e similares...



No ponto a que as coisas chegaram, sobretudo por causa da política educativa deste governo, o que as escolas precisam não é do voluntariado de ex-professores, mas sim do voluntariado de polícias, gnrs, militares e guardas prisionais, de preferência ainda no activo… Os nossos governantes podem continuar a mentir, roubar, explorar-nos, façam o que quiserem… Agora, por favor, não gozem com a nossa cara. Podem fingir não saber, mas, então calem-se, façam como a avestruz. Contudo, se têm dúvidas da verdadeira realidade que eu aqui sugiro vão às escolas sem a quantidade de polícias e seguranças que costumam levar, é que mesmo com ela, a sinistra ministra já foi tão ovacionada que já nem sai da toca… E o mesmo se passa com os outros… Vão às escolas, sejam corajosos e vão lá vocês e não pretendam chamar aqueles que pela vossa política fizeram abandonar a profissão de que gostavam…
Chega de cretinices. Se querem saber de que voluntariado a escola precisa está aqui claramente expresso: polícias, gnrs, militares e guardas prisionais. Já agora, se puderem, arranjem voluntários para suprir a carência aflitiva que há nas escolas de auxiliares de acção educativa.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O Ninja de Shaolin...

O Ninja de Shaolin, tal como o primo, está a revelar-se um aluno brilhante, pois, ainda mal entrou para a escola, e já revela possuir uma das técnicas mais difíceis que os ninjas têm que aprender, no caso, a dificílima técnica de desaparecer sem deixar rasto. Nesta cadeira, o Ninja de Shaolin já está aprovado. Faltam as outras, nomeadamente as de chinês técnico que, certamente, fará por fax, após as coisas estarem mais adormecidas e já puder regressar ao país, obviamente licenciado em ninjarias, mas parece que até já sabia uns bons truques antes de ir... Se calhar é de família...
Ao que parece terá dito: "Sou o primeiro a dizer: investiguem," eu estou na China, deve ter acrescentado...

Lembrando António Sérgio...

Li, sem grande surpresa mas com grande consternação, que são os professores contratados, os mais novos, que estão a entregar os objectivos individuais e, com isso, a boicotarem um processo de objecção a um corpo legislativo absolutamente estúpido e extremamente penalizador do país e da profissão.
A ausência de surpresa deve-se ao que tenho visto nesses jovens professores. Salvo honrosas excepções, são uma cambada de cobardes absolutamente servis e, portanto, sem o mínimo das condições exigidas para leccionarem numa escola que deveria pretender formar homens livres e não meros carneiros. Contudo, e embora talvez eles próprios já sejam vítimas desse modelo educativo castrador de liberdades e fomentador do mais miserável servilismo, deveriam fazer um acto de contrição e tomarem consciência que não se pode ensinar ninguém a andar de costas direitas quando o exemplo que vêm é de alguém que rasteja, no intervalo das vénias, pelos corredores e salas das escolas. Isto parece-me ser do mais elementar bom senso. Infelizmente conheço-os e sempre me espantou esta cobardia miserável, sobretudo da parte de quem tem mais a perder com o novo pacote legislativo e teria menos consequências no caso de o ajudar a fazer implodir. Os contratados parecem não perceber que são, cada vez mais, o núcleo fundamental do modelo escolar demencial que tem vindo a ser implementado, já que, por não estarem na carreira e por isso auferirem os mais baixos salários sem quaisquer regalias, são os mais apetecíveis para a vil mentalidade que nos tutela.
Como a enormíssima maioria da classe docente, também eu fui contratado durante vários anos e andei por aí à maçã do chão, como sempre costumei dizer. Como tal, conheço bem a situação, mas nunca verguei as costas, nem nunca deixei que me pusessem a pata em cima, pelo contrário, sempre pautei as minhas atitudes pelo mais elevado padrão de exigência e respeito. Ouvia os mais velhos e procurava aprender com eles o que achava que me era útil e respondia-lhes frontalmente quando necessário. Aprendi que os professores eram uma classe nobre e livre, precisamente por não se deixarem vergar, subjugar e não terem patrões a quem tivessem que responder servilmente, tínhamos colegas que ocupavam, por vezes, funções de chefia e era tudo.
Nos últimos anos, o que tenho reparado é que cada fornada de jovens colegas vem pior que a anterior, têm medo de tudo, obedecem a tudo, fazem de tudo e para quê? Para serem ainda mais espezinhados do que já são? O que espera ganhar com isso essa canalha cobarde que tem invadido as escolas? Como podem esses indivíduos, que não têm respeito por si próprios, ensinar futuros cidadãos a serem livres e a exigirem para si o respeito que todos merecemos? Deixem-me invocar António Sérgio, passados quarenta anos sobre a sua morte, a 24 de Janeiro de 1969, pedagogo e pensador brilhante que permanece mais esquecido do que no tempo de Salazar. Não será, sem dúvida, por acaso… Dizia, pois, o nosso estimadíssimo Sérgio em 1915: A albarda da resignação trazemo-la todos da escola.[1] É isto que querem perpetuar? Julgo-me afortunado por ter conseguido escapar a este destino mas, em grande parte, devo-o aos meus professores e aos meus colegas que me ensinaram a pensar pela minha cabeça e a resistir e lutar contra o que não considerava ser correcto. É grande parte do que tenho ensinado aos meus alunos e aos colegas mais novos com que lido, porém cada vez mais me parece falar para o boneco, essa gentinha já me aparece tão formatada que é quase impossível trespassar a albarda da resignação em que os formaram. Hoje vivemos um momento gritante em que essa experiência de vida os pode fazer deitar tudo a perder, ou se endireitam agora ou viverão curvados para sempre. Por isso não tenho parado de vos exortar, de escrever e tentar passar esta mensagem que julgo ser vital para a sobrevivência da intelectualidade e mocidade portuguesas.
Ainda vou mais longe, e continuo a lembrar-vos António Sérgio,[2]o objectivo mínimo para qualquer aluno de qualquer escola é não lhe fazer mal… A escola tem sido um acervo de coisas maléficas, de tratos diabólicos, de prescrições tirânicas: e é já importantíssima reforma a simples anulação das coisas más. Grande programa: não fazer mal![3] E, infelizmente, nós pactuámos com isso, esta reforma do ensino é um exemplo acabado de um programa para criar escravos, sobretudo nos cursos profissionais, que não é mais do que um ensino de segunda para impedir qualquer concorrência futura com os educados no ensino regular. Obviamente, para criar um ensino formador de escravos servis, ter-se-ia que operar, primeiro, a escravização e servilização dos professores, homens livres e de livre pensamento recusam-se a formar escravos, foi precisamente isso que a nova legislação veio fazer, nomeadamente através dos novos estatuto da carreira docente e gestão escolar. É por isso que me tenho batido tanto contra tudo isso e custa-me aceitar que colegas meus o não entendam… Essa canalha está a pactuar com a canalha que quer fazer mal à escola pública e aos alunos, quer formar cidadãos servis que aceitem tudo sem pestanejar e é contra isso que erguerei sempre a minha voz. A minha avaliação está feita, é clara e que se lixe a deles. Recuso ser servil e mais ainda, recuso a ensinar alunos a tornarem-se escravos incutindo-lhes a albarda da resignação de que nos falava António Sérgio. Talvez por isso, pelo menos assim espero que seja, a sua sobrinha-neta, Matilde Sousa Franco, deputada do PS, tenha sempre votado contra, por ter lido e percebido as obras e a lição que o seu ilustre parente nos deixou. Apenas lamento que no artigo que escreveu, recentemente, num jornal, não tenha aludido claramente a tudo o que aqui deixo dito e que, em enormíssima parte, pertence a este, injustamente esquecido, pensador e, para mim, figura cimeira do século vinte português. Ganhou o seu arqui-rival? Sinal dos tempos e da merda de povo em que nos tornámos.

Notas:
[1] Cf. Educação Cívica, 1915, foi reeditado, em 1984, pelo Ministério da Educação e, apesar do número de 25 000 exemplares garantir que existe em quase todas as escolas, devia ter sido lido pelos professores e não foi…
[2] Cf.“Divagações pedagógicas. A Propósito de um Livro de Wells.” 1923 in Ensaios, tomo II, Sá da Costa.
[3] Seria bom para os amantes de tudo o que é estrangeiro que se dessem ao trabalho de ler Karl Popper, que viria a escrever esta ideia mais de quinze anos depois… Contudo, como eu já sei o que a casa gasta, poupo-vos esse trabalho e transcrevo o texto… “o princípio de que aqueles que nos são confiados, antes de mais, não devem ser prejudicados, deveria ser reconhecido como tão fundamental para a educação como o é para a medicina. ‘Não causes dano’ (e, portanto, ‘dá aos jovens aquilo de que mais urgentemente necessitam a fim de se tornarem independentes de nós e capazes de escolher por si mesmos’) seria um objecto valiosíssimo do nosso sistema educacional, cuja realização é algo remota, embora nos pareça modesto.” Karl Popper, A Sociedade aberta e os seus Inimigos (escrito entre 1938 e 1943), Editorial Fragmentos, Lisboa, 1993, 2ºvol., p.271. Isto, meus caros, era precisamente o que defendia e escrevera António Sérgio muitos anos antes…

domingo, 1 de fevereiro de 2009

TRATEM BEM OS PROFESSORES...


Tratem bem os professores… eles começam a ser uma espécie rara e em vias de extinção…
Uns pequenos comentários e um sério aviso.

Hoje, quando surgem estas notícias capciosas que deturpam a verdadeira realidade, ao dizerem que o sistema educativo absorveu quase 60% dos professores desempregados, desejo chamar à atenção para a verdadeira realidade: o número de professores desempregados pode ter diminuído mas não foi por o sistema educativo os passar a integrar, foi porque o número de pessoas a procurar essa profissão diminuiu pelo abandono, uns irem para a reforma e outros para outras profissões.
Retomo o essencial de um texto que escrevi há mais de um ano atrás e que, na altura, enviei para uma série de jornais, revistas e por aí fora sem que ninguém lhe prestasse a mínima atenção. Lembro que, contudo, se estava a falar da implementação das medidas da sinistra ministra ou vice-versa e o assunto bailava, de boca em boca, na ordem do dia.
Até aqui… dúvidas são dúvidas e já começamos a ver que a montanha pariu um rato, isto é, o único intuito foi meramente economicista, atrasando as progressões nas carreiras, fazendo milhares de colegas mais velhos pedir a reforma, ainda que com graves penalizações, o que constitui o duplo ganho de penalizar nas reformas e de os fazer substituir por colegas que, não estando na carreira, já que as vagas estão fechadas há anos, ganham pelo mínimo da tabela, vilipendiando a classe e virando a estúpida opinião pública, perdoem-me a franqueza mas não é difícil virar a grande maioria das pessoas contra aqueloutros, que tiveram que os chatear e contrariar para os socializar e dos quais, nestes casos, apenas parecemos recordar as experiências más e esquecer as boas. Pelo que vejo, leio e através disso julgo saber, os nossos chefes mais directos, a sinistra e o suspeito seguem-lhes o exemplo, também o seu percurso escolar é tão dúbio, tão acanhado, tão modesto… Fico por aqui.
O que me assusta verdadeiramente é que, muito em breve, não teremos ninguém que queira ser professor ou então teremos apenas pessoas desqualificadas e inaptas para o serem, os idiotas do costume, isto é aqueles que pensam que os professores ganham muito e não fazem nada, que pensem um pouco… quem é que, no seu juízo perfeito, quer hoje iniciar uma carreira de professor? Quais são os atractivos? Ganhar à volta de cento e poucos contos, ser obrigado a ter uma qualificação académica elevadíssima (e séria…), sujeitar-se a andar de malas às costas mais de uma década e ser insultado e enxovalhado por alunos, pais, políticos e, no fundo, por todos excepto os colegas que os percebem? Quem desconhece poderá dizer que no topo da carreira se ganha muito, o tal 10º escalão, pois bem, não chega a 400 contos, ao fim de 35 anos de serviço, acham muito? Qualquer badameco ganha muito mais que isso sem se sujeitar a uma vida de estudo e sacrifícios cada vez mais acentuada. Resultado? Vai-se voltar ao passado em que 90% dos professores estavam de passagem e para quem as aulas eram um biscate para o início de carreira ou um mero entretém. Duvidam? Eu sou desse tempo, quando era aluno os meus professores raramente tinham habilitações profissionais para o serem e só nestes últimos anos lectivos e na escola onde sou professor saíram inúmeros colegas: ou pediram a reforma, por não aguentarem mais, ou foram curiosos, alguns com muito boa vontade, qualificação e (perdoem-me a expressão nada eduquesa, com muito jeito para ensinar) que foram experimentar e quando viram ao que iam chamaram-nos malucos e foram-se embora. Alguns sem se darem ao trabalho de o comunicar
Fizeram bem, hoje ser professor raia a idiotia e, nessa medida, talvez a sinistra tenha razão em nos tratar como idiotas. Porém, não esqueçam que os filhos deles terão sempre bons professores e bons colégios, os vossos filhos é que não… acabando a geração que agora está a leccionar não haverá mais pessoas à altura de o fazerem e lembro os mais desprevenidos que formar um professor leva mais de dez anos… não é de um dia para o outro como os ministros e os políticos. Por tudo isto vos digo: não se deixem enganar por estes carrascos da escola pública, tenham cuidado, não vão em conversas e, sobretudo, tratem bem os professores, eles já começam a ser uma espécie rara, em vias de extinção…