sexta-feira, 13 de junho de 2008

Seja estúpido quem quiser… Eles agradecem…


Cada vez mais vou gostando menos de ter razão… No último post descrevi claramente as propostas assinadas entre o governo e a Antram… Após as ler, compreendi logo que os mesmos de sempre já nos tinham, mais uma vez, entrado no bolso. E fiquei a pensar… como é que estes governantes que se recusam a dialogar e a falar seja com quem for se vão agora sair desta… A resposta a que cheguei foi simples e rápida: como sempre fazem, isto é, mentindo e gozando com o pagode alienado que não lê, não pensa, não sabe fazer contas e, ainda por cima, todos os sacanas têm sorte, estão a viver e viverão, pelo menos mais uns dias, a euforia do futebol, da selecção e companhia limitada…
Mas, vejamos… Se como transcreve o Público o ministro diz: "Não tenho um levantamento exacto dos custos das medidas", disse hoje o ministro dos Transportes, Obras Públicas e Comunicações, Mário Lino, como é que pode assegurar que as medidas não terão "qualquer peso orçamental"? Será que os jornalistas não sabem dar-se conta de contradições? Se não fez contas é óbvio que só um lorpa não sabe que, então, não pode saber coisa nenhuma… Para além disso, é apenas ler o documento que refiro e, sobretudo, acreditar que a Brisa é uma instituição de caridade… A Brisa? A pagar as contas do estado ou seja lá de quem for? Quais serão as contrapartidas? De quanto mais virá a ser a factura, por agora ajudar a esconder e a lavar a cara à pandilha que nos governa?
Seja estúpido quem quiser… Eles agradecem… Ah! E já agora não se esqueçam de pôr mais bandeirinhas portuguesas à janela…

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Voltamos a ter o Polvo a entrar-nos em casa…


ANTRAM alcança acordo e apela ao retomar da actividade

A ANTRAM acaba de chegar a acordo com o Ministério das Obras Públicas nos seguintes dossiers:

Consagração legal de fórmula de revisão automática dos preços dos serviços, de acordo com as variações do preço do combustível, e estabelecimento de coimas pelo seu incumprimento;
Consagração legal do prazo máximo de 30 dias para o pagamento dos serviços de transporte, e estabelecimento de coimas pelo seu incumprimento;
Majoração em 20% dos custos com combustível para efeitos de IRC;
Diferimento do pagamento do IVA ao Estado para o momento do recebimento efectivo do serviço de transporte, a partir de 2009;
Criação de incentivo à renovação de frotas (prémio ao abate, incentivo à instalação de filtros de partículas e pagamento do diferencial de custo entre veículos Euro 4 e Euro 5, na aquisição de um veículo Euro 5);
Reintrodução dos descontos nas portagens das auto-estradas (entre 30% e 50%);
Manutenção do valor do ISP para 2009;
Manutenção do valor do IUC nos próximos três anos;
Criação de apoios à formação no sector e criação do Centro de Novas Oportunidades para Transportes;
Assumpção pelo Ministro dos Transportes do dossier das Ajudas de Custo TIR;
Criação de um grupo de trabalho envolvendo os Ministérios dos Transportes e do Trabalho, para adaptação da legislação laboral à especificidade do sector.

A ANTRAM incita os seus Associados que eventualmente se encontrem em paralisação a retomar a sua actividade. Agradece a todos os que, com civismo e respeito pela ordem pública, tornaram possível este desfecho e, mais uma vez, lamenta o falecimento de um empresário de transportes e os danos patrimoniais causados durante os protestos.

Lá vem a esperada notícia do velho sistema português que só compreende a força, o compadrio e as negociatas por baixo da mesa… Vejam como se consegue com meia dúzia de empresários o que manifestações de milhares de pessoas, os de sempre, nunca conseguem… Meia dúzia de ricaços, enquadrados por alguns pequenos empresários que facilmente manipulam, reúnem-se e resolvem impor as regras do jogo, aos senhores que não negoceiam com ninguém e não se deixam impressionar pelos números. Estes, como sempre que se vêem em apertos mais sérios, assustados, abrem a perninha e concedem tudo, obviamente para os ricos e poderosos, já que os camionistas, em si, acabam por ganhar coisa nenhuma… Vejam as medidas negociadas pela Antram e vejam se não tenho razão… Será que não estará na hora dos pequenos automobilistas, enfim, daqueles que vão acabar por ter que pagar nos seus impostos estas medidas todas, fazerem eles próprios as suas marchas lentas e entupirem meia dúzia de cidades? Somos muito mais do que os camionistas e, se os nossos carros não são tão pesados, juntos acabam por pesar bem mais do que os camiões. Por outro lado, se as pessoas não se importam em fazer gincanas a apitar como loucos porque a selecção portuguesa ganha um jogo, com certeza, também não se importarão de fazer umas gincanas buzinantes para zelarem pelo que, de facto, é importante para as suas lutas…
O quê que distingue o gasóleo profissional, já o questionei anteriormente e não vi que deixasse de ter razão no que afirmo, inúmeras pessoas que não pertencem às Antrams e afins deste país, precisam de se deslocar nas suas viaturas, com os combustíveis ao preço que estiverem, porque não têm outra hipótese…
Uma vez mais, temos o polvo a entrar-nos em casa…

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Gasóleo Profissional?


Bem sei que as empresas de camionagem terão as suas razões, porém, se virmos bem, nem serão as mais prejudicadas pois podem socorrer-se de dois expedientes: as que operam em Portugal, reflectir o aumento do preço dos combustíveis no preço dos fretes, problema resolvido, as que operam fora do país é apenas atestarem antes de entrarem no nosso jardim de impostos à beira mar plantado e após voltar a sair, problema uma vez mais resolvido... E os outros? Todos os que não são da Antran, nem podem fazer reflectir o aumento dos combustíveis nos seus ordenados e necessitam dos seus carros para o exercício da sua profissão? Quem pensa nesses que serão, de certeza, a maior parte? Então se estão a trabalhar com o veículo também não deveriam ter diesel profissional? Penso que sim, vendedores, grande parte a trabalharem à comissão e a verem os seus proveiros serem engolidos pela mangueira das bombas, outros operadores industriais e mesmo as profissões liberais e do funcionalismo público. Penso que grande parte da sociedade, não direi, obviamente, todos utilizam os seus veículos para poderem ir trabalhar, já que se dispusessem de um meio alternativo não deixariam de o utilizar. No meu caso, no sítio onde moro, com o meu horário e local de trabalho, sem carro não posso trabalhar... Pensam que é o quê? Um chupador de gasolina ou gasóleo? Claro que não, é um modesto comercial com 300 000 Km, sem o qual não consigo ir trabalhar... Não é profissional o meu gasóleo? Penso que sim.

domingo, 8 de junho de 2008

Sindicatos querem cobrar direitos aos não quotizados


Ora muito bem… é pena que eu só não adivinhe a sorte grande ou o euromilhões. Escrevi neste blogue dois textos, um a 22 de Abril e outro a 5 de Maio, em que concluía que face à inaptidão, descrença e, sobretudo, ao mau serviço prestado, a grande questão que se colocava aos sindicatos era a da sua sobrevivência… Infelizmente, parece-me que tinha razão, pelo menos se for verdade o que hoje vem relatado no DN com o título: Sindicatos querem cobrar direitos aos não quotizados. Cá está a solução que essas sanguessugas dos trabalhadores encontraram para a sua sobrevivência… colocarem-se do outro lado da barreira e lançarem-se, eles próprios, a cobrar impostos… Juro que desta não me tinha lembrado, no entanto, tal enormidade merece-me alguns reparos de não pequena monta e consequência. Vejamos.
1º Se bem que ridiculamente maltratada, ridicularizada e vilmente atraiçoada por quem a jurou defender, ainda existe a Constituição da República Portuguesa… a qual nos diz logo no capítulo que aborda os Princípios Fundamentais, nos nº 1 e 2 do Artº. 3º, “que a soberania (…) reside no povo, que a exerce segundo as formas previstas na Constituição”, e (nº2) “O Estado subordina-se à Constituição e funda-se na legalidade democrática.” Não vos maçarei com mais artigos que, quem a ler verá que amiúde vão surgindo, para passar para o Título II, Direitos, Liberdades e Garantias, nº 3 do Artº. 46 que diz: “Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação nem coagido por qualquer meio a permanecer nela.”; para, e finalmente, no nº 2 b), do Artº. 55º. (Liberdade Sindical) “A liberdade de inscrição, não podendo nenhum trabalhador ser obrigado a pagar quotizações para sindicato em que não esteja inscrito.” Penso que por esta parte estamos suficientemente esclarecidos. Aproveito, apenas, para informar que ao abrigo do nº 1 do Artº. 23, irei apresentar queixa ao Provedor de Justiça.
2º O que os sindicatos alegam conseguir ou ter conseguido na defesa dos meus interesses, feitas as contas, e desde que comecei a trabalhar, não são benefícios mas sim dívidas; pelo que eu me considero credor e não devedor, pois o que consegui, com a sua acção, foi tão só a perda de direitos e poder de compra, muitas vezes negociadas com contrapartidas para essa chaga social que dá pelo nome de sindicalista vulgaris…
3º Possivelmente, pensarão os galarós dos sindicatos regressar aos tempos da paulada para nos pôr na linha e aderir aos seus intentos. Não sei de todas as profissões, nem de todos os sectores, na minha, a educação, apenas lhes posso dizer: venham eles… Verão que não ganharão para os pensos… Só a ideia dos jurássicos velhotes da CGTP e UGT a virem confrontar-se comigo e com a maioria dos colegas que conheço me dá vontade de rir… Pensando bem, creio que só a senilidade explica esta triste lembrança. Em muitos outros sectores, sobretudo os que abrangem mais o privado, aí a situação só poderia ser, ainda, mais ridícula…
Bom, são horas do almoço e tenho que parar. Prometo voltar a abordar esta hilariante notícia. No entanto, fica já o meu desafio… Venham, senhores sindicalistas, venham pedir-me dinheiro, que por acaso também me chamo Zé e saberei fazer-vos o gesto e a voz que merecem e que o meu nome imortalizou coadjuvado com o apelido de Povinho…