Costumo dizer que na pergunta se encontra, quase sempre, a própria resposta...
O quê que pode levar alguém, bem na vida, com uma faustosa reforma assegurada, com emprego garantido e regiamente pago numa empresa das do costume, a manter-se num lugar que sabe que já não lhe pertence, por direito e por facto, há muito tempo? A resposta é imediata, só pode ser o medo de que vão ver o que ele lá fez e lá deixou... Talvez esteja a contar os dias, meses ou sei lá que tempo para sei lá que coisas prescreverem...
Só vi alguém assim tão agarrado com unhas e dentes nos filmes, quando no fundo estava um precipício mortal... E o mais estranho é que não é só ele que se está a segurar... muitos outros o estão a agarrar com unhas e dentes...
Queriam que eu me fosse embora para virem aqui vasculhar estes anos de vacas gordas? Ora cá fica discreto e singelo...
10 comentários:
Acho que estás um pouco confuso...
Ao contrário do que transparece no teu comentário, nenhuma figura do Banco de Portugal é alvo de investigação criminal, logo não existem prazos judicias a prescreverem. A comissão de inquérito "apenas" tece juízos de ordem política e de responsabilidade e estes não tem prazos.
Não estou nada... Apenas te falta colocar no teu comentário um ainda... Lá e por vias de lá...
Esperemos sentados...
Eu até espero deitado...
Em todo o caso o Constâncio sai do cargo em 2011 e não pode ser renomeado.
Mas já agora esperas um caso de que teor? Burla, Falsificação, negligência, fraude?
Creio que de tudo um pouco... Não me parece é que quem se agarre ao tacho com tais unhas e tais dentes não deva ter razões muito fortes para o fazer...
Já entendi.
O facto de não se demitir indica que tem a esconder algo a esconder.
Suponho que não te passa pela cabeça que ele se considere de consciência tranquila e por isso não veja razões para se demitir.
Tal como ainda não foi alvo de nenhum processo criminal, não foi sequer objecto de nenhuma conclusão da comissão de inquérito.
Os portugueses gostam muito de ver sangue e de julgamentos na praça pública mas nesses moldes não há sistema que aguente.
Por facto e direito o lugar continua-lhe a pertencer, quando houver conclusões, será tempo de tecer julgamentos. Nunca antes.
Não obstante o justo valor dos teus argumentos, e nada afirmando, eu só me pergunto... Que motivações podem levar um homem de de meia idade bem avançada a persistir num cargo que, e isto parece-me claro, nunca cumpriu bem, não tem nenhum apoio ou simpatia de ninguém, nem mesmo dos que o lá sustentam, a continuar a sofrer o enxovalho que há anos vem a sofrer?
Espírito de missão e sacrifício? Nunca teve, então o que pode ser? Teimosia? Mas mesmo a teimosia asina tem limites...
Que farias tu?
Ao ler as interessantes trocas de ideias acima figuradas, fica-me cada vez mais a convicção de que devem existir limitações curtas, q.b., para o exercício de cargos públicos.
Se calhar, em nome da presunção de inocência, o governador até está de consciência tranquila.
Contudo, ao longo dos tempos, não só o próprio tende a criar raízes que nem Narciso na cadeira, como sobretudo, toda a equipa que o rodeia e que, é um facto estudado, deixa de conseguir controlar.
Nenhuma das Multinacionais que eu conheço, com excepções justificáveis, tem os seus Presidentes mais do que quatro anos à frente dos cargos. Rodam-nos.
E fazem-no porque sabem muito bem que as consequências, se não o fizerem, são exactamente análogas ao que se passa actualmente no Banco de Portugal; Provavelmente, já nem O governador sabe exactamente o que se passa lá dentro…
Estando de consciência tranquila nunca me demitiria.
A demissão seria a admissão de culpa, esse é exactamente o único passo que não pode dar.
Como tu dizes, tem dinheiro e está bem de vida mas sair para não ter chatices e ficar com o nome sujo na praça não me parece grande solução.
Os mandatos consecutivos do BdP estão limitados a dois, tal como grande parte dos cargos públicos do país. Parece-me normal.
Sinceramente acho que quem tem noções reais das capacidades de trabalho do BdP não tem dúvidas sobre o seu trabalho. Os problemas de regulação atribuidos ao BdP advém de um sistema económico que se acreditva que autoregulador. Infelizmente aprendemos que não é bem verdade. Por isso é que o Oliveira e Costa disse no parlamento que se um banco quiser não há banco central que consiga fiscalizar as contas.
Dou apenas um exemplo, enquanto houver offshores háverá sempre bons sítios para lavar dinheiro.
Todos os partidos sabem dessas limitações e os de direita defendiam esse sistema.~
No fundo os únicos partidos que realmente se podem queixar do BdP são os de extrema esquerda que são contra o sistema económico capitalista que vigora no mundo actual.
É visível a perseguição política que o cds faz ao VC desde o célebre cálculo do défice. O psd durante muito tempo não assumiu grande destaque na comissão porque sabia o que se passava, aliás a MFL que trabalhou lá sempre foi comedida a falar no assunto, apenas recentemente seguiu atrás dos outros para não ficar ao lado do PS.
Eu, vendo o meu desempenho e as consequências desse desempenho tão expressamente demonstradas, pedia desculpa e retirava-me. Era o que eu faria. Estou-me lixando para os partidos, para a direita e para a esquerda, felizmente consigo olhar para todos os lados e não estou suficientemente formatado para abdicar de pensar. Por isso penso assim, o tempo talvez venha a dizer se estou certo ou errado, logo veremos...
Pois.. por muito menos do que isso vários ministros demitiram-se em INGLATERRA...
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