sexta-feira, 3 de julho de 2009

É inútil falar do que não existe...

Não me parece que seja verdade... É um enormíssimo problema esse, mas não lhe chamem Justiça... A Justiça em Portugal não existe há muitos anos. Processos que prescrevem ou se arrastam mais que uma década revelarão alguma coisa, poderão fazer alguma coisa, mas já não é Justiça, chame-lhe outra coisa... O maior problema em Portugal é que os portugueses já não acreditam em NADA.
Constantemente ouvimos dizê-lo e das mais variadas formas... Chegámos a um ponto em que não há qualquer possibilidade de termos uma vida em possa existir uma certa previsibilidade... Tudo é descrédito, tudo é e não é, tudo é devir... Tudo é totoloto, tudo é acaso, tudo é mediocridade e bandalheira... A Justiça não é problema nenhum, pois para ser problema teria que existir e não existe, num país onde a máxima judicial imperante é a de que é preferível um mau acordo a uma boa sentença, precisamente porque os juízes não querem julgar, pois isso obriga-los-ia a lerem os processos o que é aborrecidíssimo e muito moroso... Quando não podem fugir a fazê-lo, lêm algumas páginas na diagonal e aquilo a que cá no burgo chamam justiça sai como teria que sair, cega, surda e de espada afiada para cortar, não a direito, mas o Direito, noção própria de países civilizados, não de Portugal...
Daí o meu apelo final: chamem-lhe funcionamento dos tribunais, chamem-lhe o que quiserem... Mas não ofendam os cristalinos conceitos de Justiça, Direito e Estado de Direito...

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