Portugal em plena crise, tolhido de frio e à espera que a sua última nau afunde com todos nós lá dentro, vai assistindo à tomada dos barcos salva-vidas pelas eminências pardas que lançaram a nau para este rumo de perdição... Ao grito de mulheres e crianças primeiro, respondem, já bem sentadinhos nos seus botes de luxo, que não há direito nem moral nesta nau catrineta e que é uma vergonha. Os outros náufragos assistem indolentes a este assalto aos lugares de salvação, habituados que estão a verem as coisas funcionarem assim. O Capitão, o Imediato e os oficiais de bordo sabem que é assim e que serão eles a garantirem-lhes a salvação depois do barco afundado. Que se conheça não há náufragos destes na miséria, pelo que o fechar de olhos hoje é garantir um dos melhores lugar no amanhã. Sabem as regras, aprenderam há muito tempo que não há lugares para todos nos botes do Titanic, pelo que olham para o lado e assobiam descansados: o futuro sorri-lhes...
Quanto aos outros... que esperem por isto...
1 comentário:
No P2 do Público, hoje, vem este post. Podiam ao menos ter deixado um comentário! Mal educados!
Um abraço de parabéns
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