domingo, 7 de setembro de 2008

Uma questão para Angola...







Confesso que me estou absolutamente nas tintas para as eleições em Angola. Em bom rigor, nem pelas do meu país me interesso muito, pois cada vez mais tendo em crer que isto não há volta a dar-lhe. Nas de lá, embora lá esteja a Ana Gomes e isso deixa-me completamente descansado, já calculava que se tratasse mais de um plebiscito do que de eleições.
Contudo, queria apenas colocar esta questão, na qual estou farto de pensar, para a qual creio ter uma resposta, mas que gostaria que pensassem todos, sobretudo os angolanos…
Aqui fica:
Como é que um país tão rico em tudo, com tão pouca população, consegue ter tantos pobres?





Já agora:
http://altohama.blogspot.com/2006/10/deixem-eduardo-dos-santos-e-o-mpla-em.html#links



15 comentários:

brunette disse...

É uma questão que me coloco muitas vezes,e para a qual não tenho resposta. Mas sugiro que pergunte ao Sr. José Eduardo dos Santos ou família (aqueles que são administradores das empresas de diamantes, sabe?) quando vier novamente a Portugal. Como são sempre tão bem recebidos cá, eles volta e meia aparecem por aí...

Anónimo disse...

É a vida como diria o outro. Isto é de uma hipocrisia que dá dó. Agora vêm com a conversa de que as eleições foram livres e justas. Conversa dos interesses é o que é. Petróleo Diamantes dinheiro, dinheiro muito e a rodos à custa do Povo que não tem nada. Estes políticos deviam ter vergonha e os eleitores também. Isto não tem remédio. Invente-se outro regime que a democracia dá para tudo. Agora há uma democracia para Angola depois há uma democracia para Portugal depois há uma democracia para um qualquer concelho depois há uma democracia para uma junta depois, depois.. depois dizem temos que analisar as circunstancias mas que circunstancias são as circunstancias que convêm aos poderosos o resto o resto é treta.

quink644 disse...

Cara brunette, infelizmente não conheço esses senores, pelo que nunca falo com eles, senão esteja certa que já o teri feito...
É que a sério, parece-me que poderia tão facilmente ser tão melhor para o povo que nunca deixou de me espantar...

Anónimo disse...

caríssimas autora e brunette,
compreendo a vossa dificuldade em encontrarem-se com o Presidente José Eduardo dos Santos ou com os PCA's da Sonangol, Endiama ou outra importante empresa pública angolana. são pessoas ocupadas e praticamente inacessíveis tanto para uma como para outra.

no entanto, como gostaria de poder ajudar-vos a responder a essa pergunta que manifestamente vos impede de dormir, sugiro, já que o tema vos interessa (não ouso pensar que vocês só escreveram o que escrevera no intuito estúpido de criticar gratuitamente), façam uma pesquisa sobre as causas e os intervenientes das diversas guerra em Angola. procurem saber quais eram os interesses ocidentais, incluindo portugueses em Angola e na guerra civil.
a mesma pergunta poderão colocá-la aos senhores mario soares ou joão soares, bem como outros amigos da unita em Portugal. perguntem a esses senhores quanto tempo é que a guerra, que eles financiavam e da qual beneficiavam, atrasou o desenvolvimento de Angola
gostaria sinceramente de continuar a debater este e outros temas com uma e com outra, mas antes seria bom lerem um pouco e informarem-se. verão que a resposta é menos evidente que aquilo que parece
as minhas cordiais saudações
agui13@hotmail.com

IN VERITAS disse...

por causa dos novos colonos...do MPLA

Anónimo disse...

Tudo bem! Fala-se mal dos mangolês, mas o que se sabe é que todos adoram ser angolanos e sacar da terra aquilo que Angola oferece. Sei que cai mal falar disso, mas sabe-se que de lá saca-se o marfim, o diamante, o petróleo, o ouro, e muitas outras riquezas, seja de que forma for. Agora, enriquecer-se com outros a morrerem de fome não é nada de Deus, que talvéz esteja do lado branco da Angola, ou dos negociantes estrangeiros. Viva Angola! Sobre os que não perdem tempo para denegrir os negros angolanos, indico-lhes um link, clearblogs.com/eurobrasileiros , que me enviaram a uns meses que retrata a forma de estar contada por europeus, brasileiros e africanos por esse mundo fora. Acho que por mais que se queira negar, muitos ganham com essas malandrices e encenações MPLA vs UNITA, e FNLA em Cabinda. Depois, dizem que trabalharam com suor para se enricar, diria também o meu avô que foi estúpido e trabalhou até morrer...

quink644 disse...

Como anfitrião deste blogue gostaria de esclarecer algumas coisas:
1ª Como podem ver é o mais aberto possível, já que não tem qualquer tipo de restrição ou moderação, pelo que qualquer um pode aceder e escrever o que entender que é automaticamente publicado e eu não interfiro.
2ª Ninguém mais do que eu gosta deste espaço assim, livre, aberto e disponível para todos os tipos de debate, assim o queiram os leitores… O preço a pagar por isto é poder surgirem pessoas mal intencionadas que cheguem aqui e deixem comentários menos próprios, contudo quem lê aceita as regras do jogo e, como eu faço, pura e simplesmente ignoro. No entanto, e felizmente, não tenho tido problemas como podem constatar.
3ª Embora não goste particularmente de comentários Anónimos, apenas porque se torna mais difícil responder, aceito essa opção como forma de não restringir de forma nenhuma a liberdade de expressão.
4ª Julgo estar relativamente bem informado sobre Angola e sobre o mundo em geral, nas suas mais diversas facetas e julgo saber mais de história de Angola e de África do que a maioria dos africanos ou angolanos cultos, obviamente não me estou a referir à imensa massa iletrada que, nuns casos feliz, noutros infelizmente, abundam no continente africano e em Angola em particular.
5ª A minha perspectiva, longe de cínica ou maldizente, é sobretudo reflexiva; isto é, tento, o mais possível levantar questões em vez de expressar opiniões, embora por vezes o faça e possa sempre vir a fazer se me forem solicitadas. Trata-se obviamente do caso deste post. Apenas coloquei uma questão, que me parece não só legítima como importante de ser colocada, pensada e reflectida.
6ª Nunca fui e continuo a não ser apologista da preservação do passado como desculpa para não se fazer, no presente e para o futuro, o que quer que seja. O passado pode ajudar-nos e ajuda-nos muito, mas não deve servir de desculpa, sobretudo, como costuma ser o caso, se usado de forma recorrente.
7ª Penso que Angola, neste momento e após estas eleições, se fortaleceu e tem uma ocasião soberana de se desenvolver positivamente. Tem a sorte de ser um país riquíssimo, ter muito pouca população e penso que o povo tem o direito de viver melhor e ser mais feliz usufruindo dos recursos que penso serem de todos. Não falo exclusivamente do povo angolano, faço-o apenas pontualmente porque é dele que hoje se fala.
8ª Informarei deste comentário quem me deixou o mail, mas apenas direi que a resposta está dada e tão só. O resto, se for essa a sua vontade, será escrito aqui.
Um abraço cordial para todos…

Anónimo disse...

caríssimo autor,

penso que me dirigiu, sem o afirmar explicitamente, um dos seus últimos comentários, que venho aqui responder.

louvo a sua atitude bem como a de todos aqueles que têm a paciência de escrever diária ou regularmente num blog, algo que eu próprio já tentei algumas vezes mas por falta de tempo ou de melhor organização do meu tempo, abandonei ao fim de dois meses.

leio muitos blogs e de vez em quando participo, quando os temas me interessam, deixando sempre ou quase sempre o meu mail a fim de poder ser identificado e de modo a estabelecer um diálogo construtivo com os autores.

a frase de abertura do seu post sobre as eleições em Angola deixa muito a desejar "Confesso que me estou absolutamente nas tintas para as eleições em Angola", pois se estabelecermos uma relação entre democracia liberal e desenvolvimento sócio-económico, poderemos cpmcluir que a falta de eleições são uma das causas da pobreza de Angola, entre outras.

se a sua pergunta é legítima e provém de alguém interessado no tema do desenvolvimento de Angola, então a sua frase de início está descontextualizada ou paradoxal.

eu também não sou apologista da preservação do passado, até porque acho que Angola não pode nem deve ser um país voltado para o passado, tendo em conta que este nosso passado como Nação independente é sinónimo de quase 30 anos de guerra contínua e fractricida.

felicito-lhe pelo seu alegado conhecimento de África e de Angola em particular, e considero igualmente que a pista de reflexão que lhe propûs merece ser explorada. porquê que Angola teve 30 anos de guerra? mantenho a minha posição de que João e Mario Soares tinham interesses em Angola e apoiaram um partido, a unita que tem grandes responsabilidades no estado em que se encontra este país. gostaria que explorasse objectivamente esta pista de reflexão.

outro aspecto que acho contestável no seu post é que fala de plesbicito. diz que "já calculava que se tratasse mais de um plebiscito do que de eleições". ora isso não corresponde à realidade porque as causas da vantagem do MPLA em relação aos demais partidos, e em particular à UNITA, encnotram explicação naquilo que a UNITA fez às cidades e províncias do centro e sul de Angola, principalmente, mas não só, pois todo o país, todos os Angolanos dentro e fora de Angola sofreram com a guerra em Angola. as causas da derrota humilhante dos partidos da oposição explica-se pela campanha eleitoral que protagonizaram. como se explica que um partido que concorre às legislativas confessa que não tem programa de governo??? que confiança este partido transmite ao eleitorado? se não tem programa porque hei-de eu, eleitor votar nele??? o processo eleitoral e as eleições em Angola poderiam ter sido melhores, mas convenhamos que estamos num processo que foi globalmente bom e será melhorado nos próximos escrutínios.

por enquanto deixem-nos aproveitar este momento de euforia, de termos realizado eleições num clima de paz, de participação livre e massiva.

Deixem-nos aproveitar a PAZ e contribuam com as vossas reflexões para o nosso desenvolvimento

cordiais saudações
agui13@hotmail.com

quink644 disse...

Meu caro leitor,
Obrigado pela sua resposta que me mereceu a melhor atenção. Dada a sua complexidade espero que não leve a mal o continuar a responder-lhe por pontos…
1º Efectivamente respondi a todos, mas mais directamente a si, precisamente porque me deixou o mail para o qual enviei a indicação de que a resposta havia sido colocada, também, por me ter parecido interessado no assunto.
2º Quanto à minha afirmação inicial, nada tem de contraditória, embora possa ser ou parecer paradoxal… Com efeito, se reparar, pouca importância dou mesmo às que se realizam no meu país e o motivo é simplesmente devido ao descrédito que dou ao tipo de democracia que se encontra implantada. Cada vez mais, esta democracia apenas serve para legitimar um poder exercido de forma encapuzada pelos grandes detentores do poder, ou seja, aqueles que detêm o grande poder económico. É daí, que por intermédio daqueles que assumem efectivamente o poder político, inebriados pelo dinheiro, pelo desejo vaidoso de protagonizarem o pequeno poder e muitas mais e variadas razões, nenhuma delas filantrópica, esse poder se transmite como de uma correia de transmissão se tratasse.
A meu ver esse ideal democrático é, pois, um logro com que se enganam e manipulam os povos, mas se servir para melhorar as coisas, então óptimo, porém eu é que, infelizmente, não acredito nisso…
3º O caso angolano parece-me paradigmático… como é que um partido que tem governado tão mal para o povo consegue este resultado esmagador… na prática surge-me como se todos aqueles que votaram no MPLA tivessem optado pela continuação desse tipo de governação, agora legitimada por esse falacioso resultado da democracia. Mais do mesmo? Não, nunca escolheria assim, compreende o meu ponto de vista?
Quanto à ausência de oposição credível e mais equilibrada, prende-se, a meu ver, com o fenómeno que atrás referi; quem quer ter acesso ao poder e à riqueza em Angola sabe que o tem que fazer via MPLA, pelo que esse estado de coisas se manterá até haver uma cisão dentro desse partido absolutamente hegemónico. Nesse sentido, o resultado parece-me não augurar nada de bom para Angola. Porém, só com o tempo se conseguirá alterar esse estado de coisas e se, sem qualquer dúvida, houver uma abertura a correntes paralelas dentro do partido.
4º Confesso não apreciar particularmente o clã Soares e os grupos económicos a quem estão associados, como não aprecio nada que não seja para melhorar as condições de vida das pessoas. Obviamente que Angola foi vítima de um terrível, desapiedado e brutal conflito de interesses, sendo esse interesses tão diversos e diferenciados que levaria mais de um ano a colocá-los aqui… Prefiro responder-lhe assim: é necessário bastante cuidado para que esses conflitos de interesses, que lá continuam, não degenerem outra vez em violência, não do tipo da anterior, mas de um tipo diferente e igualmente péssimo para a população…
5º Quanto aos seus votos para que a paz perdure no país, faço-os meus, acrescentando que igualmente faço votos que haja uma objectiva mudança social para os mais desfavorecidos, o povo que hoje votou e que receio amanhã ver esquecido… Se me pergunta se isso é possível, a minha resposta é sim, penso que pode ser, se houver uma elite local interessada em fazê-lo e isso, meu caro, tem ou é do que mais tem faltado em Angola.
Por agora, creio ter esclarecido um pouco melhor o que penso… Se não for esse o caso, ou não concordar, continuaremos a conversa.
Um abraço para si e outro fraternal para o povo de Angola, com os sinceros votos de muita sorte e de tudo a correr pelo melhor…
Cordialmente,
quink644

Anónimo disse...

caro autor,
de facto compreendo cada vez melhor os seus pontos de vista e partilho alguns mas não todos.
para começar, não partilho o seu desinteresse pelas eleições.
votei em 2008 pela primeira vez e para mim foi uma realização muito importante, senti-me mais cidadão!
eu sou apologista do voto e penso que o povo nunca vota mal, os políticos é que fazem mal o seu trabalho e desempenham mal o seu papel. vou dar-lhe um exemplo da importância do voto. em 2002, encontrava-me em França e como gosto de política acompanhava o debate, apesar de não ter nacionalidade francesa, e obviamente não ser eleitor em França. amigos meus e muitos Franceses mostraram uma certa desinvoltura relativamente ao voto ... até ao dia dos resultados. nesse dia 21 de Abril de 2002, o líder da extrema direita francesa passou para a segunda volta das presidenciais!! e aí??? como é que ficam os que gostam de liberdades? os que acreditam num Estado que pratica a inclusão ao invés da exclusão???
agui13@hotmail.com

quink644 disse...

Caríssimo,
antes de mais, bem vindo ao mudo do pensamento político… Repare, não da política aplicada em A, B, C ou seja do que for, mas do verdadeiro pensamento da política. Creio que já se apercebeu das profundas dificuldades que surgem assim que abordamos este tema… Fico contente, o mais fácil e normal seria ter-se desinteressado pelo assunto assim que verificou que ele é duro, espinhoso e que é muito mais difícil do que, descuidadamente, pensamos…
Mas, vejamos a onde isso nos conduz. O seu primeiro ponto é a apologia do voto universal, e que esse resultado é inatacável, certo? Bem Platão, muito possivelmente o homem que primeiro e melhor reflectiu sobre isso, dizia que a democracia é o regime político em que os labregos governam, adianto eu, porque são e serão sempre a maioria… Logo, e o dito filósofo cedo o descobriu, quem acaba por exercer o poder não é o povo mas quem tem a capacidade de o manipular… Certo? Até aqui continuamos na mesma linha… Esta é a base da essência da política, não se propõe o que é bom para o estado, mas, tão só, o que nos faz ser eleitos. A isto chamava Platão a Demagogia… está actual… mas mais, uma vez no governo, não se age no sentido do que é melhor para o Estado/Nação, mas sim no sentido daquilo que nos faz ser reeleitos. É, à partida, o colapso e a perversão da democracia…
Quando as circunstâncias são estas ou aquelas, o político deve saber fazer essa leitura e ir ao encontro das aspirações que consegue ler e, quem melhor o faz e melhor apropria o seu discurso a essas aspirações é quem mais ganha… foi o caso do senhor que fala que se aproveitou de uma sociedade fragilizada, dividida e com um alvo fácil de apontar, no caso os cidadãos oriundos de África, não só do Norte como, também, da África negra, a quem apontou como sendo os culpados por todos os males sociais. Todos sabiam ser falso, menos o povo que vota em massa, emocionalmente, indo ao encontro das promessas de vida melhor que lhe são apontadas, não por serem melhores, já que o egoísmo e a iliteracia os impede de pensarem autonomamente, mas por serem aquelas que lhes apresentam como a melhor solução no imediato… Foi a isso que assistiu em França e que tende a acontecer na Europa e no mundo em geral, repare nos EUA… ou em Angola…
Quanto ao resto, não esqueça que o regime Nazi foi sufragado pelo povo alemão… porquê, tão só porque era a única saída que viam, de nada valeram os muitos e bons pensadores que alertaram para a desgraça, foram, são e serão, sempre, a minoria… na qual, como compreenderá eu me incluo, bem como o meu amigo que está disposto a perder o seu precioso tempo a pensar nestes assuntos…
Continuaremos…
Um abraço amigo,
quink644

Anónimo disse...

Estas eleições com o anúncio antecipado da vitória, implícito no apelo da Comissão Nacional Eleitoral angolana, fazem-me lembrar aquela anedota dos tempos antigos da URSS: Na televisão, o locutor anuncia: "As eleições de amanhã foram adiadas, porque a acta com os resultados foi roubada". Um ditadorzeco como o Sócrates deve regojizar-se com a vitória do seu companheiro, o ditadorzão Eduardo dos Santos. Ainda não me explicaram quanto é que ele aufere por cada barril de petróleo que sai de Cabinda (ainda é um dólar ou já subiu a parada com a desvalorização do dólar?). Investiguem as suas contas e depois verão porque é que o povo está na miséria. Não me sai da cabeça a remodelação completa de um avião que ele mandou fazer em Israel, nos anos 80, uma operação caríssima, para transformar um avião num palácio voador, uma operação a que nenhum líder ocidental se podia dar o luxo de fazer. Não está em causa o presidente de Angola ter um avião presidencial, mas sim os gastos pornográficos dispendidos na sua transformação. Eduardo dos Santos não transformou o seu avião presidencial por motivos de segurança, mas sim pelo luxo. Bush tem um avião, sim, caro, sobretudo por motivos de segurança. Vários líderes da Europa também têm um avião presidencial, mas nenhum deles chegou a custar, naquela época dos anos 80, 1/3 do que custou o palacete voador de Eduardo dos Santos. Isso é que brada aos céus: enquanto o povo morria de fome, Eduardo dos Santos dava-se a luxos de que nem sequer os líderes europeus dispunham. Vejam o semário "O País" da época, onde estão discriminadas as alterações introduzidas no avião, quase todas elas supérfluas. Façam uma investigação às contas pessoais do Sr. Eduardo dos Santos - se ele tiver a coragem de permitir o levantamento do segredo bancário às suas contas na Suíça e USA - e verão o que esse senhor enriqueceu à custa da miséria do povo angolano. Isso sim á comunismo à Orwell: todos os porcos são iguais, mas há uns que são mais iguais do que outros...
Andam estes lorpas a explorar o povo, que vive na miséria, e depois vêm pedir aos países europeus a anulação das dívidas...

quink644 disse...

Estou certo que alguém lhe poderá responder melhor que eu. No entanto, se assim é, tem todas as razões para pedir / exigir explicações a quem de direto...

quink644 disse...

Estou certo que alguém lhe poderá responder melhor que eu. No entanto, se assim é, tem todas as razões para pedir / exigir explicações a quem de direto...

Anónimo disse...

caríssimo autor,

cá estou eu, uma vez mais para o nosso debate.

e novamente, concordo consigo sobre certo pontos, mas nem tudo.concordo que a perversão da democracia é a demagogia, à qual muitos políticos cedem facilmente.

concordo igualmente consigo na análise que faz sobre as motivações dos políticos, quer sejam angolanos, portugueses, europeus, africanos, e de quase todo o mundo... poucos são os genuinamente interessados no bem-estar das populações que supostamente governam. mesmo os idealistas, muitas vezes cedem ao cinismo e ao "realismo" envolvente do meio político em que gravitam. dessa prática resulta o empobrecimento dessas mesmas populações, que apenas conseguem sobreviver dia após dia, na esperança de um amanhã melhor que na maior parte dos casos, nunca chega.

em relação aos exemplos de que falamos... em frança, o que aconteceu não foi somente o líder da extrema direita que utilizou o discurso xenófobo para seduzir eleitores menos esclarecidos e/ou genuinamente xenófobos. a diluição do voto que sofreram os partidos moderados, bem como o facto de muitos eleitores numa atitude de "todos os mesmos", "o meu voto não muda nada", não terem ido votar. alguns há que acharam que a primeira volta não tinha interesse. conclusão a que podemos chegar: é do desinteresse e da abstenção dos moderados que os extremistas (esses raramente deixam de votar) conseguem passar, ganhar eleitores e livre-nos, ser eleitos.

em relação à alemanha, a situação foi bastante especifica. pois, sabemos que a instabilidade governativa prevalecente na alemanha nos anos 20 e 30, bem como a fragilidade tanto do executivo como do legislativo após uma "derrota militar" em 1918, criaram as condições propícias oara que num periodo de nacionalismo exacerbado, o partido nazi e o seu líder se tornassem cada vez mais influentes, eleição após eleição e crise após crise.

ou seja caro autor, o regime democrático não se vale por si só. as eleições por si só não são garantia de estabilidade. por isso é que a democracia não são só eleições.
os sistemas de contra-poderes, a separação de poderes, a imprensa livre também fazem parte do sistema. hitler só conseguiu ser eleito porque o sistema em si estava fragilizado e não soube fazer face a um demagogo. o mesmo aconteceu em portugal, salazar aproveitou-se de um sistema parlamentar frágil e instável, depois de se instalar no poder, a pide e seus "colaboradores" fizeram o resto...

voltando ao nosso tema, e em conclusão lhe digo que, na minha modesta opinião, o voto vale sempre melhor que a abstenção. num sistema democrático, os contra-poderes devem não só existir como também, ser efectivos

com o tempo, a democracia reforça-se e os governantes e políticos podem eventualmente trabalhar mais e melhor. admito: sou idealista
um abraço,
agui13@hotmail.com