sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Que pena 2...


Meus caros, confesso que o post anterior foi um misto de desabafo, brincadeira e provocação… Não, não defendo que se parem mal os carros e muito menos que se ande aos tiros seja a quem ou ao que for. Contudo, há tipos destes que são umas autênticas melgas… É o resultado de dar aquele pequeno poder a pessoas que o não deviam ter. Uma coisa é multar um carro que está mal estacionado, outra rebocar um carro que está a incomodar seriamente seja o que for e outra ainda que é estar à espera que passe um minuto, junto de um carro que está bem estacionado, mas cujo tempo estimado pelo condutor está a acabar… Três coisas diferentes. Se as duas primeiras me parecem óbvias já quanto à terceira há casos e casos… Já me aconteceu estacionar o carro, não ter moedas, ir trocar dinheiro e quando voltei ter lá um desses simpáticos funcionários a tirar a matrícula e a resmungar que o problema não era dele… Mais, já me aconteceu parar para comprar tabaco, num sítio proibido mas que não incomodava ninguém sugerido por um arrumador e, ao regressar, não mais que três minutos depois ter o carro em vias de ser rebocado.
É verdade que também já me aconteceram situações inversas, e é por isso que eu penso que o bom senso (que como dizia Descartes é o que se encontra melhor distribuído, já que ninguém se queixa de não o possuir) é uma condição necessária ao exercício de qualquer actividade. Situações em que parei o carro e, não tendo moedas, disse ao funcionário que tinha que as ir trocar e este me respondeu que estivesse à vontade que não havia problema… Era a este tipo de coisas que eu me referia e com que eu estava a brincar quando escrevi o outro post.
A este propósito, termino com uma história verídica a que assisti já há muitos anos, mas que recordo sempre com muito prazer. Foi no tempo dos primórdios dos parquímetros, estava eu a estudar em Coimbra quando, ao sair da casa onde morava, na avenida Sá da Bandeira, um amigo que saía comigo me disse: Espera aí. Não fazia ideia do que ele ia fazer nem do que se passava. Foi então que me apercebi da situação. Os parquímetros eram novos e daqueles jurássicos em que se metiam as moedas e se rodava uma patilha correspondente ao tempo que se pagava. Depois de feito, aquilo ia rodando até chegar a uma zona vermelha que eram o últimos cinco minutos. Ora, precisamente ao lado do parquímetro, estava um polícia já com o seu livro de recibos preparado para autuar o infractor assim que o tempo chegasse ao zero. Esse meu colega reparou e chegou lá, meteu dez ou vinte paus e rodou outra vez a tal patilha, que conferia o direito a lá estar estacionado mais algum tempo. O polícia, inconformado, perguntou-lhe se o carro era dele, ao que ele respondeu que não, que nem tinha carro, mas que era livre de pôr moedas nos parquímetros que lhe apetecesse… Gostava que vissem a cara do polícia…

1 comentário:

Anónimo disse...

De parquímetros e histórias interessantes, conheço a de uns miúdos de Vila do Conde, há uns anos, que passaram um serão inesquecível em actividades de despejar latas de spray nos mostruários da coisa.

Belos tempos em que havia gente nova pensante e activa.

beijos, quink644