sexta-feira, 10 de abril de 2009

Este País em que Vivo...


Em mais um dia repleto de boas notícias em que continuamos a ver que na lógica política do país não muda um rosto nem uma vírgula, continuando a perpetuação da mesma pandilha que nos vem assombrando, dizem-nos as notícias que vamos lendo que o acesso aos tribunais vai ficar em média 86% mais caro, privando o comum dos cidadãos de um dos direitos que o pagamento dos seus impostos melhor devia garantir. A justiça, a segurança, a saúde e a educação deveriam ser as preocupações fundamentais de quem nos governa, não a sua, mas a de todos nós… Afinal, somos os mesmos que continuamos a pagar-lhes os seus rendimentos mais lícitos e seguros, porém, para serem lícitos têm que agir em conformidade com o interesse público e não com quaisquer outros, nomeadamente, de casta e compadrio.
Ficou claro que o enriquecimento ilícito não deve ser crime. Concordo, por uma questão semântica… Se um enriquecimento é ilícito não o é, poderá ser roubo, extorsão, peculato, tráfico de influências, etc. Ora, diz-se à boca cheia, sai nos jornais, vê-se na televisão que muitos políticos ao fim de um ano no exercício de cargos em que deveriam zelar pela res publica, enriquecem inexplicavelmente. Os exemplos são tantos e tão flagrantes que seria fastidioso, além de muito perigoso nos tempos que correm, voltar a enunciá-los. Mas parece-me ser consequência do status quo existente, quem faz as leis e gere o poder está a fazê-lo para interesse próprio e não para o interesse público, por isso, para uns as coisas são mães e para outros madrastas. Tal não cessará enquanto o Zé Povinho continuar bronco, passivo e inculto como sempre tem sido, muito por culpa da educação, que, como dizia António Sérgio, nos continua a colocar nas costas a albarda da resignação

2 comentários:

Larose disse...

Juro-te que ando de tal forma revoltada com esta situação, que só me apetece desatar à estalada ..... como é possível continuar esta impunidade!???

quink644 disse...

Penso que compreendo, a vontade e a dúvida. Sinto o mesmo...