quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Espero que a palavra eixo tenha fim...




A caricatura que constitui a presidência do filho Bush só tem paralelo na expressão que o próprio adoptou e que, certamente, na sua consciência infantil, terá ido buscar a alguma banda desenhada que leu e onde se falava do eixo do mal e do inevitável eixo do bem de que, ele próprio, era o expoente máximo, o eleito salvador da humanidade… Ora esta ideia perfeitamente maniqueísta do mundo apenas parece ter acólitos em dois tipos de sociedade, curiosamente, a do bem e a do mal, os EUA, que vêm os iranianos, norte coreanos, iraquianos, afegãos e muçulmanos em geral como os exponentes do mal e esses mesmos maus, que, colocados na outra ponta da balança, vêm precisamente o contrário… Devo dizer que isto não é novo, porém, já está é fora de moda, pois é óbvio que para haver bons tem que haver maus e vice-versa.
Uma das primeiras conclusões que podemos tirar desta observação é a de que não se deve deixar, indiscriminadamente, banda desenhada ao acaso pela casa branca, é um descuido improdutivo e perigoso; depois é que, quase sempre, é necessário que existam dois povos suficientemente obcecados com alguma coisa para que possa existir tanto ódio e tanto rancor mútuo e, finalmente, lembrar que é tão ou mais perigoso aceitar a existência de um povo que se considera o povo do bem do que aceitar a de um povo que consideramos mau… Já que se podemos isolar e afastar-nos do segundo, o primeiro, com a convicção de que nele encarna o espírito do tempo, sente-se na obrigação de o impor, o que é o maior perigo que conheço

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