terça-feira, 7 de outubro de 2008

O problema não é esse...

Professores
Preparação das aulas trocada pelas avaliações.




É um facto que tudo o que se diga a este respeito só não é verdade porque peca por defeito… Em épocas de crise, e desde que este governo entrou em funções a crise disparou para níveis nunca vistos, contrariamente ao que diz o Mário Nojeira, o governo Sócrates não foi o pior governo para os professores desde o 25 de Abril, mas o pior governo de sempre, pois nem o Salazar se lembraria de desautorizar e humilhar os professores da forma criminosa e irresponsável que esta equipa o está a fazer. Até creio que é fácil entender, trata-se de um conjunto de cábulas intelectualmente inferiores que sempre viram os professores como inimigos e que, para conseguirem os seus títulos académicos, mais do que falados, tiveram que recorrer a todo o tipo de expedientes que o seu ridículo intelecto lhes permitiu socorrer-se, desde que, obviamente, isso não implicasse estudar, que é o que fazem os alunos e os professores…
Bom, mas com isto as épocas de crise já ficaram lá muito para trás e é necessário relembrá-las. Nestes momentos, são sempre os professores medíocres que vêm ao de cima, já que sempre viveram sob a ameaça de serem desmascarados na sua ignorância e tentam fazer na secretaria o que nunca conseguiram fazer nas salas de aula. Nas escolas, entre colegas, conhecemo-los bem, nós sabemos e eles sabem disso, logo o clima de tensão é inevitável e para quem nunca saiu da escola, visto que apenas mudou do lugar de aluno para o de professor, o fenómeno é particularmente visível e conhecido… Olhem, os sindicatos e o ministério estão cheios disso e, na maior parte das vezes, os conselhos executivos também, são as saídas para esses que não conseguem ser, de facto, professores e que nestas alturas, em que lhes é dado protagonismo, aproveitam para se vingarem daqueles que sempre invejaram e de quem nunca obtiveram mais do que desprezo… Não há nada pior do que um sentimento de inferioridade recalcado ao longo dos anos e a prova disso é esta equipa ministerial com o engenheiro trafulha à cabeça, logo secundado pela professora primária quitada no ISCTE, esse antro donde saíram outros nomes de peso como o Paulo Pedroso e o Ferro Rodrigues…
Preocupante nisto tudo, para mim, é haver ausência de clarificação por parte dos outros partidos sobre o que pensam fazer sobre o assunto no futuro… por agora não há nada a fazer, quando alguém vê, de um universo de 140 000, 100 000 pessoas na rua a pedir a sua demissão e não se demite, preferindo assobiar para o lado e continuar a investir, cegamente, como um touro, está tudo dito… Porém, o que diz o PSD, que tem à frente essoutra sinistra mulher que já foi ministra de nem sei quantas coisas e que saudades na pasta da educação foi coisa que não deixou nenhumas? Que diz o PCP que assistiu, impávido e sereno, à venda da manifestação dos 100 000, operada pelo seu lacaio, não por trinta dinheiros mas por coisa nenhuma, a não ser um pseudo protagonismo que não convenceu ninguém? O que diz o BE? Diz o que está mal, e que até um cego é capaz de ver, mas que não diz nada de útil e parece é viver obcecado, apenas, com o casamento dos homossexuais… Que diz o CDS? A não ser fogos fátuos em que os professores são utilizados para o exercício da mera demagogia bacoca e promessas de mais autoridade, quando o que os professores precisam é de melhores condições e de muito mais dinheiro… O PS está visto, quer isto… inclusive devem estar a pensar, obviamente antes de 2009, em colocar uma rotunda com a estátua da ministra entre o Saldanha e Entrecampos ou em trocar o nome da Avenida da Liberdade para Avenida da Avaliação de Professores…
É isto que é preocupante. Levantar a cabeça do que se está a fazer e não ver nada, a não ser o futuro do reino dos medíocres irremediavelmente lançado, agora que a grande parte dos melhores e mais experientes professores fugiram para a reforma, por não estarem para aturar tais vexames no final das suas carreiras. Fizeram bem, os outros só não os seguem porque não podem… Talvez uma lei que permitisse a saída aos que não se adequam a este sistema fosse a solução para a implantação do novo modelo… Claro que esses medíocres não sabem nada e muito menos dar aulas, mas sabem fazer de conta que sabem e contribuírem para as estatísticas e isso, afinal, é que conta.

4 comentários:

Anónimo disse...

«Preocupante nisto tudo, para mim, é haver ausência de clarificação por parte dos outros partidos sobre o que pensam fazer sobre o assunto no futuro…»

Como pode «haver (...) ausência» de uma coisa. A frase é a sua própria negação!

Que disparate (mais um) neste relambório total e completo...

quink644 disse...

Não concordo... Pode haver e há ausência de muita coisa... Por exemplo, no cucuruto da cabeça daquele careca há ausência de cabelo, no comentário de certo anóninimo há ausência de seriedade, há ausência de inteligência, há ausência de capacidade interpretativa, enfim, era bom que não houvesse muitas ausências mas, infelizmente, não é verdade...

Anónimo disse...

quink,

Se calhar não sabe português, no entanto cá vai, "haver ausência" é uma antinomia lógica, como pode EXISTIR a falta de uma coisa que não existe ou in casu não se verifica?

A preposição do argumento não suporta uma conclusão lógica sendo errada.

O que deveria ter sido escrito era;

«Preocupante nisto tudo, para mim é a ausência (...)»

Pois só assim a autora constata não verificação da desejada clarificação.

É bastante óbvio ao fim ao cabo. Se não entendeu experimente no seu Magalhães encontrar a explicação.

Alias a forma como escreveu o seu argumento dá-me razão o que me apraz.

Ausências verificam-se, existem como defende.

quink644 disse...

Muito bem, se calhar não sei. No entanto, quer-me parecer não haver contradição lógica nenhuma em haver ausência de alguma coisa, já que se entendermos ausência como negação da existência de seja o que for ela passa a existir com o sentido de falta, de inobservância, de inexistência de todos os sentidos negativos que queira… Mas mais, há realidades que só se podem afirmar pela negativa, como é que me define um surdo? Talvez alguém que tenha ausência de audição ou que não ouve, o que, em bom rigor vai dar ao mesmo… Da mesma forma que me parece lícito afirmar que para além do ser existe o nada… o sentido é o mesmo, a existência do nada, ausência de ser, na sua perspectiva também não poderia ser afirmada, quando, penso eu, todos aceitamos, pacificamente, esta afirmação nos seus múltiplos sentidos. Igualmente, se eu dissesse: houve um deus que me segredou, no seu entender, estaria a entrar em contradição lógica, já que deuses não existem… Não é? Pois, fico-me com este exemplo de David Mourão-Ferreira que, se calhar, também não sabia português.
Ainda bem que gostou dos meus argumentos, eu também não desgostei dos seus, contudo, creio que me entendeu bem e que eu também o entendi a si.
Os meus melhores cumprimentos...